Edição nº 1682 - 17 de março de 2021

MONUMENTO NATURAL DAS PORTAS DE RÓDÃO
Restauro de habitats e prevenção estrutural contra incêndios está em marcha

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), através da Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo, está a desenvolver trabalhos de restauro de habitats e prevenção estrutural contra incêndios no Monumento Natural das Portas de Ródão, uma área protegida que abrange os concelhos de Nisa e Vila Velha de Rodão, na sequência do incêndio de 2017 que consumiu cerca de 70 por cento desta área protegida, com destruição de vários habitats característicos e prejuízos para a paisagem e para a biodiversidade.
Com o objetivo de preservar as espécies e habitats naturais, a proteção e valorização da paisagem, a valorização dos sítios de interesse arqueológico e geológico, a manutenção da integridade deste monumento natural e área adjacente, iniciaram-se no final de 2019 diversas intervenções que abrangem um total de 100 hectares.
Os trabalhos em curso de recuperação das áreas ardidas estão a ser desenvolvidos em propriedade privada, através de um conjunto de operações que têm como objetivo melhorar as condições de proteção contra incêndios das manchas de floresta autóctone existente, assim como aumentar a área florestal.
Os custos com a realização destas operações não se revestem de qualquer encargo para os proprietários, sendo suportadas, na íntegra pelo ICNF, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
Com final previsto para este ano, prevê-se que o investimento total ronde os 158.700 euros.
Entre as ações de limpeza da área ardida já realizadas, contam-se o corte, rechega e estilhaçamento do material lenhoso queimado e sem valor comercial. Nos casos de impossibilidade de execução do estilhaçamento do material lenhoso procedeu-se ao seu encordoamento em curva de nível.
Foi também efetuada a recuperação e consolidação das áreas onde foram construídos aceiros durante o combate ao incêndio ao longo de cinco quilómetros.
Nas linhas de cumeada foram tratados os destroços lenhosos originados pela utilização de maquinaria pesada e prepararam-se estas áreas para constituírem faixas de gestão de combustíveis, onde serão plantadas quercíneas, zimbro e medronheiro, em baixa densidade, para facilitar a futura manutenção e para ajudar no esforço de prevenção estrutural desta área.
Os trabalhos ainda decorrem, estando atualmente a ser plantados zimbros, sobreiros, e azinheiras numa área com 50 hectares, em manchas não contínuas, abrangendo situações de adensamento, rearborização e arborização de novas áreas. Destaca-se o facto de os zimbros terem sido produzidos no viveiro da Mata Nacional de Valverde, também do ICNF/DRCNF do Alentejo, a partir de sementes recolhidas em plantas que sobreviveram ao incêndio, por serem mais adaptadas ao local.
Nestas áreas são também conduzidas as quercíneas e medronheiros, que servirão, como sementões, para expandir ocupação por estas espécies autóctones.
Por último e em cerca de 40 hectares, está a realizar-se a condução da regeneração natural de zimbro e quercíneas, de forma a assegurar o desenvolvimento mais adequado das espécies.
A área total de 100 hectares completa-se com intervenção de melhoria de habitats em 10 hectares.

A importância
das Portas de Ródão
Recorde-se que o Monumento Natural das Portas de Ródão (MNPR) é uma área protegida criada pelo Decreto Regulamentar nº7/2009 de 20 de maio, com 965 hectares, sendo 446 hectares no Concelho de Vila Velha de Ródão e 519 hectares no Concelho de Nisa. Integra a Rede Natura 2000 (Zona Especial de Conservação de São Mamede) e o Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional.
A criação do Monumento teve como objetivos, a preservação das formações geológicas e geomorfológicas e dos sítios de interesse paleontológico, a preservação das espécies e dos habitats naturais, a proteção e valorização da paisagem, a preservação e valorização dos sítios de interesse arqueológico e a manutenção da integridade do Monumento e área adjacente.
Os valores naturais mais relevantes associam-se à geomorfologia, designadamente às cristas quartzíticas que sobressaem da paisagem circundante e às escarpas abruptas que formam as designadas Portas de Ródão por onde passa o Rio Tejo. Além disso, verifica-se a ocorrência de uma comunidade de aves de grande interesse conservacionista, destacando-se a presença de uma colónia de grifos nas escarpas, além da ocorrência como nidificante de águia-de-bonelli, cegonha-preta, abutre-do-egipto e andorinhão-cafre.
As comunidades vegetais naturais presentes são também importantes por apresentarem um elenco de espécies arbustivas representativas das encostas termófilas do Tejo, como por exemplo a murta, o medronheiro, o folhado, a aroeira, o carrasco, o lentisco, o aderno, a salsaparrilha e o aderno-bastardo. Uma das espécies da flora mais relevantes é o zimbro (Juniperus oxycedrus lagunae) que apresenta uma população associada às escarpas rochosas e áreas adjacentes, sendo esta área protegida a localização mais meridional da espécie em Portugal, formando o habitat prioritário de florestas endémicas de zimbros.

17/03/2021
 

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