António Tavares
Editorial
O Polis no seu melhor! É o mínimo que se pode dizer sobre a sua concretização, já há uns anos, em Castelo Branco.
Vem isto a propósito da onda de calor que atingiu o País na semana passada. Temperaturas elevadíssimas, mesmo para quem está habitado a elas, como é o caso dos Beirões. Mas há limites. Limites que são facilmente ultrapassados, por exemplo, no centro da cidade. Veja-se o caso da Alameda da Liberdade, onde as árvores, poucas e a maioria raquíticas, rivalizam com um piso totalmente revestido a granito. No inverno, é o que se sabe, rios originados pela falta de escoamento. No verão, uma concentração de calor, que nem há noite diminui muito, devido à libertação do calor acumulado durante o dia.
É inegável que o Polis transformou a cidade para melhor. Mas também não resta a menor dúvida que os erros foram mais que muitos.
Áreas atapetadas a granito e com poucas árvores podem de facto ser bonitas, mas em países nórdicos, o que não é caso de Portugal e muito menos da Beira. Afinal, isto de fazer projetos em gabinetes climatizados tem lá que se diga.
Só mais um exemplo. O Largo da Sé e a a Rua da Sé. No Largo o jardim e a sua relva deu lugar a pedras e algumas árvores ornamentais que não dão praticamente sombra. Na Rua da Sé já há algumas boas árvores, mas havia espaço para muitas mais, preferindo-se, sabe-se lá por que motivo, manter um largo passeio empedrado desprovido de qualquer sombra.
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