Movimento Para Todos “está preocupado com o endividamento da autarquia”
O Grupo Municipal do Movimento Para Todos, afirma, em comunicado, que através dos seus deputados na Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova, “reafirmou o seu posicionamento político de apreensão, relativamente aos valores de endividamento que a autarquia Idanhense está a assumir”, realçando que “apesar de ter votado ao lado da maioria, em pontos relevantes para a estratégia de desenvolvimento e gestão territorial do Concelho, de acordo com a sua postura responsável e construtiva, como a aprovação do Plano de Desenvolvimento Municipal, ou a revisão da Estratégia Local de Habitação de Idanha-a-Nova, absteve-se quanto à contratação de mais nove empréstimos, num valor que ascende a mais de dois milhões de euros”.
Perante isto defende que “é preciso usar com prudência e parcimónia este instrumento de financiamento, pois, sendo certo que se trata de um expediente normal, o ritmo de endividamento da autarquia começa a ser mais elevado do que aquele que seria desejável, tanto mais que este novo compromisso se estende para além do mandato do atual presidente, comprometendo as futuras gerações de Idanhenses, em mais dois mandatos autárquicos. E esta realidade é tanto mais preocupante quando é certo que, estando a autarquia no primeiro ano de um mandato de quatro, revela não ter dinheiro para o autofinanciamento de projetos que já estavam inscritos no Orçamento de 2022, pelo que, a continuar a este ritmo, prevê-se que os valores de endividamento atual se multipliquem por três ou por quatro, até ao final do atual mandato”.
Por isso também defende que “a autarquia deve resistir à tentação de contrair empréstimos, apenas em função dos valores da taxa de juro, ou para justificar um elevado número de candidaturas a programas de desenvolvimento. A autarquia deve contrair empréstimos apenas em projetos de investimento, que sejam essenciais e correspondam a necessidades reais das populações”.
O Movimento realça que “dos nove empréstimos agora contraídos pela autarquia, apenas três se destinam a novos projetos, sendo os restantes seis para fazer face a obras de conservação e manutenção em equipamentos já existentes. Quer isto dizer que tais equipamentos não foram mantidos nem conservados durante muito tempo, tendo chegado a um estado tal de deterioração que se revela necessário fazer neles intervenções de fundo, para as quais a autarquia já não tem tesouraria, no primeiro ano do mandato”.
Noutra perspetiva o Movimento denuncia que “o facto do presidente da Câmara, uma vez mais, ao arrepio das obrigações legais que sobre ele impendem, ter persistido em negar aos vereadores da oposição o direito de disporem de um espaço para receberem os munícipes, chegando a afirmar que os munícipes podem muito bem ser atendidos pelos vereadores na rua. Em face de afirmações desta gravidade, que em nada dignificam a democracia e as instituições, os deputados municipais do Movimento Para Todos, querendo mostrar a sua total solidariedade para com os vereadores da oposição, manifestam o seu mais veemente repúdio relativamente a este tipo de atitude, uma vez que, com ela, o presidente da autarquia não só viola os direitos políticos da oposição, como também releva um total desrespeito pelos 32 por cento dos munícipes que decidiram confiar o seu voto no Movimento Para Todos”.