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Edição nº 1783 - 8 de março de 2023

ANTÓNIO SALVADO UM ALBICASTRENSE DE ALMA E CORAÇÃO
A Poesia está de luto

A poesia ficou mais pobre e chora pela partida, física, de António Salvado. Poucos dias depois de ter completado 87 anos, o poeta Albicastrense despediu-se da vida terrena, com a certeza que continuará sempre presente, desde logo, pelo Homem que era, pela sua personalidade, pela sua cultura e conhecimentos, que deixam todos mais ricos.
António Salvado distinguiu-se como professor, tanto no Ensino Secundário, como no Superior. Mas também como diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco. E, claro está, como poeta, tendo ao longo da sua vida editado inúmeros livros que o levaram ao patamar mais alto da poesia a nível nacional e internacional. Afinal, a poesia Salvadiana é conhecida e reconhecida um pouco por todo o Mundo.
A vida e obra de António Salvado também ficarão perpetuadas na Casa António Salvado. Recorde-se que se trata da casa onde o poeta nasceu, na Rua D´Ega, na Zona Histórica de Castelo Branco, e que doou à Câmara, para fins culturais, com o poeta a perspetivar no rés do chão uma “biblioteca infantil, para os meninos das ruas que eu pisei”; no primeiro andar uma sala “com uma biblioteca, com a minha biblioteca de poesia, mais livros de arte, de música, de museologia”, funcionando também como uma sala de conferências e encontros”; e no forro, “o espólio de artes, bem como os recortes de jornais e revistas da minha vida literária”. Uma casa que contará também com o apoio da Associação de Amigos da Casa António Salvado, que tem a constituição dos seus corpos sociais marcada para o próximo dia 13 de março.
António Salvado ficará também presente através do Prémio Internacional de Poesia António Salvado - Cidade de Castelo Branco, do qual no passado dia 20 de fevereiro, dia do aniversário do seu patrono, foram conhecidos os vencedores da terceira edição.
Apesar de António Salvado ficar para sempre connosco, a Gazeta do Interior também fica mais pobre, ao perder um dos elementos do seu Conselho Editorial, desde a primeira hora, já lá vão 34 anos. Com a partida de António Salvado, o próximo Natal também será diferente, uma vez que todos os anos o poeta de todos nós publicava na Gazeta do Interior um poema, sendo esta a forma, através da poesia, claro está, de desejar um bom Natal a todos os leitores do jornal.
Em 2016 a Gazeta do Interior publicou a reportagem em que se podia ler: “No dia 20 de fevereiro de 1936 nascia na Zona Histórica de Castelo Branco, mais precisamente na Rua D’Ega, um menino chamado António Forte Salvado. Um menino que era o mais novo de cinco irmãos, que se fez homem e que no próximo sábado completa 80 anos de uma vida que representa uma carreira dedicada à docência e à museologia, mas na qual a poesia é uma forma de estar e de viver muito personalizada”.
António Salvado, depois de concluir os estudos liceais em Castelo Branco, partiu para Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica, na Faculdade de Letras, frequentando, mais tarde, outros cursos superiores, em Coimbra, e em Paris, França.
Para além da extensa obra poética, também é autor de vários ensaios e antologias e as suas obras estão traduzidas para francês, inglês, italiano, castelhano, alemão e japonês.
No seu currículo conta com diversas distinções nacionais e internacionais, entre as quais se destaca o Prémio Fernando Chinaglia/Personalidade Cultural, da União Brasileira de Escritores, que lhe foi entregue em 1980; a Medalha de Mérito da Universidade Pontifícia de Salamanca, em 1986; e o Prémio Internacional 2010 Lyad de Almeida, atribuída pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro e que distinguiu a obra outono/Outoño.
A 6 de fevereiro de 2010 foi agraciado com o grau de comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, pelo Presidente da República, Cavaco Silva, em Castelo Branco, no encerramento do Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras na Beira Baixa.
A vida de António Salvado está também ligada a diversas publicações, entre as quais se destacam os Estudos de Castelo Branco e A Medicina na Beira Interior da Pré-História ao Século XX e XXI, dedicada à vida e obra de João Rodrigues (Amato Lusitano).
Isto, enquanto em 2015 foi o grande dinamizador das Comemorações dos 500 Anos da Morte de João Roiz de Castelo Branco, promovidas pela Câmara de Castelo Branco.
António Salvado, no entanto não se limitou à poesia. Também se destacou como professor na Escola Secundária Nuno Álvares, na Escola Secundária Amato Lusitano e na Escola Superior de Educação (ESE), em Castelo Branco, e no Liceu Passos Manuel, em Lisboa.
António Salvado recebeu da Universidade da Beira Interior (UBI), em 2016, o título de Doutor Honoris Causa.
Desenvolveu também uma carreira na museologia, como diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco.
A Gazeta do Interior, nesta hora de dor, apresenta as sentidas condolências à família de António Salvado.
António Tavares

08/03/2023
 

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