ESTIVE ESTA SEMANA NUMA PRAIA FLUVIAL da nossa região. Numa das muitas praias fluviais, umas mais simples outras mais complexas, mas todas elas que são por estes tempos a imagem de marca da região, do interior centro que até há alguns anos teria poucas razões para fazer ponderar alternativa entre praia de mar, em tantos casos massificada, e praia de rio, em casamento perfeito com a natureza. Estive na praia fluvial da Aldeia Ruiva, como poderia ter estado na nova estrutura de Cardigos ou alguma outra, entre as várias em que o município de Proença-a-Nova tem investido há já vários anos. A de Aldeia Ruiva é exemplar em termos de estruturas de apoio e no conforto que oferece aos utentes. Bons sanitários, restaurante a apresentar refeições ligeiras a preço aceitável, boas sombras, relvados razoavelmente tratados, águas frescas e limpas, a juntar a uma novel piscina de tamanho razoável, dois nadadores salva-vidas e vários vigilantes. Estruturas que qualquer um pode utilizar sem gastar um cêntimo. E a juntar ao campismo e caravanismo que podem em muitos casos fazer toda a diferença. Por isso não espanta que o espaço estivesse bem ocupado, também por grupos que não eram naturais da região, com destaque para sessenta jovens e vários monitores, de Monte Abraão, Sintra, em férias desportivas. Claro que tudo isto custa dinheiro, que na nossa opinião é bem gasto. A autarquia de Proença, como as restantes da nossa região, está assim a valorizar a tremenda riqueza natural da Beira, a melhorar a qualidade de vida da população local, a construir pontos de atratibilidade, capazes de influenciar a sustentabilidade da economia e a revitalização das nossas aldeias.
Falamos do usufruto do lazer, tão importante para o nosso equilíbrio psicossomático e produtividade. Mas quero salientar que a Cultura, no sentido mais nobre da palavra, também tem tido um lugar importante em tantos concelhos do Interior. Como aconteceu no evento Guarda Livros que durante dez dias levou à cidade da Guarda, entre mais de vinte nomes da cultura nacional e internacional, Mia Couto, Dulce Maria Cardoso, Maria João Lopo de Carvalho, Rita Ferro e João Tordo. Como referiu o presidente da Câmara, Sérgio Costa, é um evento dedicado exclusivamente ao livro e à promoção da leitura, que visa proporcionar aos leitores e às suas famílias o diálogo com os escritores mais reconhecidos a nível nacional, permitindo uma enriquecedora experiência cultural na primeira pessoa. Pela mesma altura, na Sertã aconteceu a Maratona da Leitura, que já se tornou um acontecimento que há vários anos, durante três dias, leva à vila grandes nomes da cultura literária, como Mia Couto e Gonçalo M. Tavares, da música (Marco Figueiredo ou Miguel Calhaz) e outros nomes da cultura como os nossos José Manuel Castanheira, Fernando Paulouro Neves e Elsa Ligeiro.
É também tudo isto, do Lazer à Cultura, que ilumina o retrato do nosso Interior.

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