Edição nº 1833 - 28 de fevereiro de 2024

A PAIXÃO NA PROFISSÃO NASCEU EM CRIANÇA

Ao longo de mais de seis décadas, João Machado Canhoto, exerce a sua atividade profissional, como soldador, na sua oficina localizada na Rua da Amoreirinha, em Castelo Branco.
Considerado uma referência na cidade, não só pelo seu enorme talento na arte, mas também pelas suas qualidades humanas e sociais, é efetivamente um cidadão de corpo inteiro.
Genuíno Albicastrense, nasceu há 79 anos na terra natal de Amato Lusitano.
Com apenas 14 anos, conheceu o mundo do trabalho na antiga Auto-Mecânica da Beira, que foi a escola de inúmeros operários naquele tempo. “Desde criança que me interessei pela arte de soldar peças relacionadas com o ferro, atividade que, exerci em mais empresas da cidade”.
Assim nasceu um artista nesta arte, que, atualmente caminha para a sua extinção, mas que fez história em Castelo Branco que, inclusive, ainda hoje existe uma artéria denominada Rua dos Ferreiros, numa singela homenagem aos homens que trabalharam o ferro.
João Canhoto, como é conhecido, recorda com emoção a sua vida, a dureza do seu trabalho e a luta constante pela sobrevivência. “Foram longos anos, em que trabalhei de sol a sol, sem descanso, mas sempre com entusiasmo em produzir as peças que, eram consideradas uma verdadeira obra de arte”, recorda.
Na sua velha oficina, podemos observar inúmeras dessas peças que, ainda hoje, são observadas pelos seus inúmeros amigos e clientes que, visitam o artista. “Felizmente que, provavelmente devido à minha educação e postura nesta vida, orgulho-me dos muitos amigos de várias gerações, que sei serem pessoas que sempre me admiraram”, diz com um brilhozinho nos olhos.
João Canhoto, com o avançar da idade, considera que o seu filho seguirá a sua atividade num pavilhão situado na Zona Industrial de Castelo Branco. “Tive sempre a preocupação de acompanhar a evolução da tecnologia, pois não podemos esquecer que, de certa maneira, o Homem foi substituído pela máquina. Perante esta situação, restava avançar para o presente e garantir o futuro da arte”, reconhece.
Virando um pouco a conversa que tivemos com o artista, conhecemos a sua outra faceta de bom humor que o caracteriza. “Olhe, os meus clientes, na sua maioria, sempre cumpriram com seriedade os pagamentos pelo meu trabalho. No entanto, não esqueço aqueles que, talvez porque sempre fui um coração de ouro, pregaram-me o calote. Pela minha parte eu já os perdoei, agora Deus que tome conta deles”, conclui numa enorme risada.
José Manuel Alves

28/02/2024
 

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