Edição nº 1858 - 28 de agosto de 2024

REGADIO A SUL DA GARDUNHA
PS intransigente na defesa dos Albicastrenses

A Comissão Política da Concelhia de Castelo Branco do Partido Socialista (PS), com o Regadio a Sul da Gardunha como pano de fundo, garante estar intransigente na defesa da garantia de abastecimento de água aos Albicastrenses.
Isso mesmo foi assegurado na conferência de Imprensa realizada esta terça-feira, 27 de agosto, no decorrer da qual o presidente da estrutura partidária, Leopoldo Rodrigues, sublinhou que “quando se fala do projeto do Regadio da Gardunha Sul temos que ser honestos com os Albicastrenses, sem vender ilusões ou esconder perigos”.
Leopoldo Rodrigues realçou que “desde a campanha eleitoral de 2021 que é clara e conhecida a posição do PS relativamente a este assunto” e relembrou que “o PS não aceita, em nenhuma circunstância, a concretização de qualquer projeto de regadio que ponha em causa o fornecimento de água para consumo humano no Concelho de Castelo Branco e ainda nos concelhos de Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão”.
Noutra perspetiva, Leopoldo Rodrigues recordou, também, que “os pais deste projeto, não o podemos esquecer, têm nome e têm a sua impressão digital neste acordo” para frisar que “este é um negócio entre o senhor vereador Luís Correia e o senhor presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, que não foi levado á discussão à Assembleia Municipal ou Executivo Municipal de Castelo Branco”. Tudo par questionar “como pode um negócio com tanto risco para Castelo Branco e tão vantajoso para outros ter sido assinado, e ser ainda hoje defendido, pelo senhor vereador Luís Correia”, para responder que “não sabemos, mas não aceitamos pôr em causa o fornecimento de água aos Albicastrenses com esta leviandade”.
Leopoldo Rodrigues assegura que também “é absolutamente incompreensível que o senhor vereador Luís Correia queira agora aparecer como imaculado, tentando, descaradamente, para as culpas para o PS, de que se alimentou ao longo de muitos anos, e para o Executivo Municipal do problema que ele próprio criou”.
Por outro lado, Leopoldo Rodrigues afirma que “mesmo que outros não se questionem, há algumas dúvidas que se impõem”, para questionar “qual é a justificação para que o projeto preveja 1.982,5 hectares de área de regadio, ligeiramente abaixo do limite de dois mil hectares que obriga à realização de estudo de impacto ambiental. De que têm medo o senhor vereador Luís Correia e o senhor presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, para fugir à avaliação ambiental do projeto que propõem; de que tem medo o senhor vereador Luís Correia para não ter levado a conhecimento e a discussão à Assembleia e à Câmara este projeto de regadio, o que pretendeu esconder dos Albicastrenses ao fugir a esta discussão; terão os pais deste negócio memória do que era a falta de água em Castelo Branco até à construção da Barragem de Santa Águeda/Marateca, lembram-se, certamente, do fecho das torneiras, do racionamento da água e dos Albicastrenses andarem de cantarinha e balde na mão a armazenar este precioso líquido indispensável à vida: pensam os pais deste projeto que os Albicastrenses não se importam de voltar a esse tempo, ou nem sequer pensaram nos Albicastrenses”.
Pergunta igualmente se “os pais deste projeto tiveram em conta aquilo que são as previsões das alterações climáticas e as suas consequências para o futuro”, sendo que “de acordo com essas previsões os anos de seca serão cada vez mais frequentes e mais intensos”.
Tudo para defender que “neste cenário previsível de longos períodos de seca, a utilização da água da Barragem de Santa Águeda/Marateca para regar dois mil hectares de cultura levará, seguramente a que possa não haver água suficiente para consumo humano em Castelo Branco”.
Motivos que o levam a questionar se “os pais deste projeto nos querem convencer que a Barragem de Santa Águeda/Marateca pode, sem dificuldade, suprir as necessidades existentes para consumo humano e ainda as necessidades do novo regadio”, para responder que “só por irresponsabilidade podemos achar que as alterações climáticas não devem ser tidas em conta ao planear o futuro”, com a certeza que “num futuro ambientalmente ameaçado e climaticamente incerto não podemos brincar com a água de que precisamos para viver”.
E é com base nisso que Leopoldo Rodrigues pergunta se “no dia em que a água não chegar para tudo, deixamos morrer as plantas e pomos em causa os investimentos agrícolas ou deixamos as pessoas passar sede”.
A isto acrescenta que “importa ainda ter em atenção o custo da execução deste projeto”, pelo que pergunta se “os autores deste projeto estão em condições de garantir, sem margem para dúvida, que o financiamento aprovado cobre os custos associados a ele. Ou caso assim não seja está senhor vereador Luís Correia disponível para imputar aos Albicastrenses o custo de um projeto de regadio em que, na prática, estes pagariam para ficar sem a água que lhes dá vida”.
É que para Leopoldo Rodrigues “tememos que, caso este projeto de viesse a concretizar, os Albicastrenses pagariam para ficar sem água para beber” e garante que “isso nós não aceitamos. O PS está intransigente na salvaguarda da água para consumo dos Albicastrenses e não será nunca cúmplice de quaisquer outros objetivos”, para garantir que “vamos resolver esta questão em proveito de todos, mas sem pôr em causa os interesses dos Albicastrenses”.
Leopoldo Rodrigues fez ainda questão de salientar que aquilo que está aqui em causa é o Regadio a Sul da gardunha, uma vez que “a Barragem do Barbaído é anterior a esta situação e é um projeto independente do que é o Regadio a Sul da Gardunha”, sendo um “projeto que estamos a avaliar”.
António Tavares

28/08/2024
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira
25/05
CabeloCentro Cultural Raiano, Idanha-a-Nova

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video