João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
O MUNDO respirou de alívio, os povos que sofrem a guerra, dos dois lados da trincheira, manifestaram na rua a sua alegria pela perspetiva de verem o seu pesadelo finalmente enterrado. O chefe supremo do Mundo teve o seu momento de glória a nível planetário, fez tudo para respeitar os timings da guerra, fazendo-a (por agora) suspender a tempo de ganhar o prémio Nobel da Paz. Prémio que ele reiteradamente ia dizendo que seria um escândalo se não lhe fosse atribuído. Naturalmente, não ganhou, o que o deixou tão perturbado como ficaria uma criança a que lhe fosse retirado o brinquedo favorito. Não resisto a citar a declaração da porta-voz da Casa Branca sobre esta frustração presidencial. Garantiu que o presidente vai continuar a fazer acordos e a acabar com guerras. Garante que Donald Trump tem um coração humanitário e que “nunca haverá ninguém como ele”. Parafraseando Lenine, estes discursos primários e seus acólitos, é a doença infantil do trumpismo, que alimenta os seguidores, mas que também vai marcar o seu fim.
O Mundo respirou de alívio e satisfação, as populações dos dois lados ainda mais, mas a notícia pode ser pode manifestamente otimista. Ainda não chegámos, muito longe disso, à paz que se quer duradoira, estamos apenas no primeiro estádio do processo, que é o cessar-fogo. Muito importante, também porque pode representar o fim do martírio dos reféns Israelitas e de mais de mil prisioneiros Palestinos em Israel. A partir de agora o processo vai ser muito complicado e com muitas pedras a atrapalhar o caminho. Ainda que o contexto atual seja mais favorável à paz, todos sabemos, porque a memória ainda está fresca, que qualquer faúlha pode reacender a guerra.
NO MOMENTO em que escrevo estes apontamentos, já se vai completando o quadro nacional dos resultados das eleições autárquicas. Entre perdas e ganhos, salienta-se a resiliência do Partido Socialista que prova que eram manifestamente exageradas as notícias do caminho para sua irrelevância. A vitória surpreendente em capitais como Viseu, também conhecida como capital do Cavaquistão, Coimbra, Évora ou Bragança, não esconde a derrota amarga em Lisboa, Sintra e Porto para a coligação AD que será assim o maior vencedor da noite, ganhando a presidência da Associação Nacional de Municípios. Mas deixemos o nacional e apenas umas breves palavras para aquilo que nos está mais próximo, cujos dados o nosso jornal apresenta bem descriminados páginas mais adiante. A principal constatação de que as cores políticas do Distrito não sofreram significativas alterações e assim, o PS vai continuar à frente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa.
O dia em que o povo foi chamado a escolher aqueles que vão cuidar e fazer desenvolver o seu território, já passou. Agora esperamos, temos a certeza, de que todos os eleitos vão assumir as suas responsabilidades e provar que, em favor das populações que representam, não há diferenças que justifiquem o ódio e o bloqueio das instituições, sendo o diálogo sempre a solução dos problemas. A democracia venceu mais uma vez. Bom trabalho!