25 Setembro 2013

DESASSOSSEGO - José Lagiosa
Janeiro 75

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O grande primeiro sinal de que o Partido Socialista estava atento ao que se passava no País e não permitiria devaneios ao PCP e ao grupo de militares que começava a mostrar simpatias mais esquerdistas aconteceu na noite de 16 de janeiro de 1975, em Lisboa, no Pavilhão dos Desportos, completamente cheio, onde estive, com um mar de gente na rua impossibilitada de entrar. Salgado Zenha fez um discurso memorável contra a lei da unicidade sindical, proposta duas semanas antes por Carlos Carvalhas, dirigente do PCP e secretário de Estado do Trabalho do III Governo Provisório.
Esta foi a primeira grande demonstração de força na história do Partido Socialista e ficou, seguramente, como o início de um combate político-ideológico que iria marcar todo o ano de 75, culminando num confronto militar, de proporções apesar de tudo moderadas, a 25 de novembro.
Foi um tempo de hegemonia do PCP no aparelho sindical.
Foi o ano mais polémico de que os portugueses se recordam, que eu vivi intensamente, apesar dos meus 17/18 anos, fiz os dezoito a 1 de fevereiro desse ano. Foi um furacão revolucionário que acompanhou a chegada da liberdade a este canto mais ocidental da Europa e que acabou por não vingar, graças ao empenho do PS e do seu líder, Mário Soares, dos seus militantes e de milhares de portugueses que não queriam ver o País cair em mais nenhuma forma de ditadura.
Como afirma Vasco Lourenço, que se manteve sempre fiel aos princípios democráticos “os militares começam a ser influenciados pelas forças políticas e a tomar posição, acabando por se dividir”.
Seria no seguimento desta influência nefasta sobre os militares que aconteceu o assalto ao jornal República, conforme vos relatei nas últimas duas semanas.
Depois, bem depois foi um suceder de acontecimentos que a muito custo foi possível travar. Mas isso são contas de outro rosário e que continuarei a desenvolver nas próximas semanas.

25/09/2013
 

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