Paulo Caldas despede-se do Comando Distrital de Castelo Branco da PSP em dia de aniversário
Luís Correia está preocupado com o aumento de atos de vandalismo
Paulo Caldas vai deixar o Comando Distrital de Castelo Branco da Polícia de Segurança Pública (PSP) e assumir o cargo de diretor do Departamento de Segurança Privada, na Direção Nacional.
O intendente que durante um ano chefiou o Comando Distrital de Castelo Branco da Polícia, irá ser substituído por José Pires Leonardo, atualmente a exercer funções como segundo comandante regional nos Açores.
O facto foi comunidade pelo próprio Paulo Caldas, durante a cerimónia comemorativa do 85º aniversário do Comando Distrital de Castelo Branco da PSP, que decorreu ontem, terça-feira, sendo esta a sua última representação oficial enquanto comandante da Polícia de Castelo Branco.
Paulo Caldas explicou que há cerca de um mês lhe foi endereçado pelo próprio diretor nacional da PSP, o convite para abraçar novas funções, o qual não declinou, nomeadamente, pelo facto de poder estar mais próximo da família.
E, tal como já havia feito há um ano, quando assumiu as funções de comando na cidade albicastrense, Paulo Caldas aproveitou uma vez mais para reiterar o pedido que havia feito então ao diretor nacional da PSP, relativamente à necessidade do reforço dos meios humanos e à reposição e substituição de meios circulantes, considerados “cada vez mais, imprescindíveis” para assegurar a “eficaz continuidade da atividade operacional” da polícia albicastrense.
Por outro lado, em jeito de balanço deste último ano, Paulo Caldas sublinhou que sente “que todos fizeram mais do que o que eu vos pedi e exigi. Todos vós, em conjunto, transformaram a PSP de Castelo Branco numa PSP mais coesa, mais forte entre si, e mais próxima do cidadão. Todos vós, em conjunto, superaram as minhas expetativas e demonstraram que é possível fazer muito com pouco, quando existe espírito de lealdade e vontade de bem servir da segurança pública”.
Depois de agradecer a todos, pelo espírito de dedicação, rigor e esforço no cumprimento da missão, Paulo Caldas disse ainda estar certo que o seu sucessor “terá a melhor equipa que algum distrito poderia ter”.
É preciso intervenção
mais “musculada”
Relativamente à atividade policial e citando o mais recente relatório referente à criminalidade, Paulo Caldas disse que em 2012, verificou-se “um ligeiro decréscimo da criminalidade geral”. No entanto, em contraposição, a criminalidade violenta e grave, “apresentou um crescimento na ordem dos 11,4 por cento e os crimes de proatividade policial mostraram um incremento de 53 por cento face a 2011”.
O ainda Comandante Distrital da PSP salientou ainda que no ano passado houve um aumento nos crimes de condução sob o efeito do álcool, com mais 66 detidos que no período homólogo.
Ainda assim, sublinhou que a criminalidade violenta e grave “apenas representa 3,8 por cento da criminalidade geral denunciada” no ano passado.
Por outro lado, analisando os dados entre janeiro e setembro de 2013, Paulo Caldas disse que no Comando de Castelo Branco, se regista uma diminuição de 17,6 por cento na criminalidade geral (- 173 ocorrências) e em relação à criminalidade violenta e grave, esse decréscimo situa-se nos 10,8 por cento.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Castelo Branco sublinhou que cada vez mais a segurança é um fator determinante para a avaliação da qualidade de vida das comunidades.
Luís Correia disse ainda que nessa medida “uma cidade segura é uma cidade mais atrativa, logo mais competitiva, já que a segurança é avaliada como fator de discriminação positiva quando as famílias têm possibilidade de escolha na fixação do seu lugar de residência”.
Por outro lado, sublinhou ainda a importância de se ter uma “cidade segura e ami-ga”dos seus habitantes.
Por isso mesmo, considera que é particularmente importante que Castelo Branco possa continuar a modernizar-se e a crescer, mantendo simultaneamente os índices de segurança de pessoas e bens que tem registado e que a colocam entre as cidades mais seguras do País.
“A Câmara reconhece e agradece publicamente o trabalho e o esforço que o Comando Distrital da PSP tem feito em prol da segurança nossa comunidade”.
O autarca sublinhou ainda que a Polícia também vive uma época de contenção orçamental que terá inevitáveis reflexos na disponibilidade de meios humanos e materiais no apoio às populações.
E, nesse sentido apelou ao sentido de missão pública da Polícia, no sentido de manter Castelo Branco como uma cidade segura e com baixos índices de criminalidade, nomeadamente, no que diz respeito à criminalidade violenta.
Luís Correia disse ainda que a Câmara continua disponível para, no âmbito do seu quadro de competências e dentro das suas possibilidades, cooperar com a PSP tal como com as restantes forças de segurança.
Contudo, o presidente da Câmara mostrou-se preocupado em relação a um fenómeno crescente que tem a ver com o aumento do número de casos de vandalismo em espaços públicos.
Apesar de não ser um fenómeno novo, Luís Correia refere que estes casos, “são cada vez em maior número”, facto que o leva a concluir pela necessidade de se concertarem esforços em algumas frentes, nomeadamente em campanhas de educação cívica de sensibilização.
Por outro lado, sugeriu uma intervenção “mais musculada” por parte das forças de segurança contra os autores destes atos de vandalismo, “que não podem continuar a ficar impunes como acontece na maioria dos casos”.
Luís Correia considerou ainda ser necessária uma vigilância mais apertada e uma ação mais rápida sobre estes atos.
Contudo, sublinhou ter consciência que o cumprimento destes objetivos não é uma tarefa fácil, sobretudo numa época em que escasseiam os meios e os recursos, pelo que reafirmou a disponibilidade de cooperação da Câmara em conjunto com a PSP, de forma a poder garantir ao munícipes as melhores condições de segurança.