23 de setembro de 2015

Fernando Raposo
Virar a página, é preciso. Por isso, não te acobardes!

Nunca, na história recente da democracia portuguesa, as eleições foram tão determinantes para o futuro da nossa sociedade como aquelas que estão agendadas para o próximo dia 04 de Outubro. Delas resultará uma sociedade mais solidária e fraterna, enformada pelo princípio da igualdade e da defesa da dignidade humana ou então uma sociedade mais injusta e mais egoísta, ditada pelo primado do negócio e do lucro.
À esquerda do PS, os partidos pulverizam-se a um ritmo vertiginoso e cujas posições extremadas deitam por terra qualquer possibilidade de entendimento, com custos incompreensíveis sobretudo para aqueles que esta mesma esquerda diz defender.
À direita do PS, as medidas radicais da maioria PSD-CDS que tem (des)governado o país nestes últimos 4 anos são bem conhecidas, e nesta altura, importa não esquecer que elas são o resultado de uma enorme burla política, porque traíram todas as promessas que Passos Coelho fizera durante a campanha eleitoral de 2011. Dividira a sociedade entre velhos e novos, entre funcionários do público e do privado, entre reformados e trabalhadores os no activo, entre cristãos e sarracenos, enfim pondo uns contra os outros, fragilizando a sociedade portuguesa, em que os trabalhadores, a classe média e os mais pobres foram e continuam a ser as principais vítimas.
“Não fosse a lucidez e a isenção, e até coragem, do Tribunal Constitucional e hoje, perante a indiferença e a apatia do Presidente da República, o dia a dia da generalidade dos portugueses teria ainda sido mais espinhoso... com o arbítrio a substituir a legitimidade e a pressão política a alastrar sobre os serviços”(Público, 21/09/2015)
O fanatismo ideológico e o desprezo que a actual lideranças do PSD nutre pelo país e pelos portugueses, que tiveram como consequência o empobrecimento das famílias, a destruição do tecido produtivo, o aumento do desemprego, a emigração forçada de milhares de jovens diplomados e a destruição do serviço público, como a educação, a saúde, a segurança social, a protecção na infância e na velhice, etc., tornam difícil, senão mesmo impossível, qualquer solução de entendimento entre Passos Coelho e o Partido Socialista.
Apesar da austeridade imposta, muito para além da exigida pela TROIKA, a dívida pública, em vez de baixar, aumentou exponencialmente, roçando os 130% do PIB, os serviço prestado pelo Estado , sobretudo, na saúde, na educação e na segurança social deterioraram-se significativamente. Não por falta de dinheiro, mas porque o governo transferiu milhões do Orçamento do Estado para as escolas e hospitais privados, criados injustificadamente, fazendo deste sectores uma oportunidade de negócio para os amigos. É também por isto que no final destes quatro anos “os ricos são cada vez menos mas muito mais ricos e os pobres são cada vez mais e muito mais pobres”.
Atente-se no que se passou recentemente com os cortes no ensino artístico, em que o Ministério da Educação e da Ciência retirou dos Conservatórios e Academias de Música, uma fatia significativa dos seus orçamentos, prejudicando muitos jovens, para a entregar ao negócio dos privados.
Na defesa e estabilidade do país, o Partido Socialista tem um património sobejamente conhecido. Não significa que não se tenham cometido erros, e o PS assume-os como assume tudo o que fizera pelos êxitos obtidos. Enquanto cidadão atento e militante de base do Partido Socialista , sei que António Costa, líder do PS e candidato a Primeiro-Ministro, fará diferente e também melhor em nome da dignidade de todos os portugueses, defendendo a escola pública, o serviço nacional de saúde e a segurança social.
Se acreditas numa sociedade mais justa e solidária em que haja oportunidades para todos, não te acobardes.

23/09/2015
 

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