Instituto Politécnico de Castelo Branco prepara reorganização
Carlos Maia não aceita baixar os níveis de exigência e de qualidade dos licenciados
O Presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), Carlos Maia, referiu que o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), “nunca aceitará baixar os níveis de exigência nem de qualidade” dos licenciados das instituições.
Carlos Maia, que integra a Comissão Permanente do CCSIP, reagiu às recentes notícias de que o Ministério da Educação e Ciência (MEC) quer baixar as notas de acesso dos politécnicos para 2015.
“Tive conhecimento pelos jornais (dessa pretensão), não fui ainda contactado nem o CSISP. O que digo é que estaremos disponíveis para discutir aquilo que nos for apresentado em concreto. Temos que perceber do que é que estamos a falar” sublinhou o presidente do IPCB.
O responsável do IPCB e da Comissão Permanente do CCSIP adiantou que uma coisa é certa, “o CCSIP nunca aceitará baixar os níveis de exigência nem de qualidade dos seus licenciados. A distinção que na nossa perspetiva deve ser feita é na natureza da missão das instituições” politécnicas e universitárias.
“O grau de exigência tem que ser elevado, tanto no ensino superior politécnico como no ensino superior universitário, a natureza é que distingue a missão dos dois subsistemas”, concluiu.
Carlos Maia mostrou-se também preocupado com aquilo que se está a passar em torno das engenharias e disse mesmo que a situação “está a ser uma catástrofe para Portugal, tal como prevíamos (CCSIP) de há uns anos a esta parte”.
Explicou também que na altura em que passou a ser obrigatóra a implementação da matemática e da física para as engenharias, o CCSIP fez um estudo e tudo o que está a acontecer neste momento, “está vertido nesse estudo. Para nós, isto não é surpresa”.
“O que é lamentável é que só se comece a trabalhar nestas matérias quando se atinge as instituições de grande dimensão”, disse. “Agora que o Instituto Superior Técnico (IST), o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) e o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) já não preenchem (as vagas) é que tocaram os sinos a rebate e vê-se que de facto alguma coisa não está bem”, acrescentou Carlos Maia.
“Enquanto foram as instituições do ensino superior do interior a relatar essa situação, ninguém ligou porque achavam que era de somenos importância e neste momento, estamos[o país] com um problema grave”, concluiu.
O responsável do IPCB sublinhou que daqui a cinco ou seis anos, o país “vai pagar muito caro o facto de não ter engenheiros”, nomeadamente em algumas áreas como a engenharia civil.
Carlos Maia rejeita ainda a ideia de que tudo acontece porque não há obras públicas, “não é verdade”.
E, para o provar, adianta com o exemplo da arquitetura, que continua a preencher as suas vagas.
Em relação ao processo de reorganização do IPCB, Carlos Maia referiu que já está um plano concebido, que será apresentado ao Conselho Geral (CG) da instituição brevemente, “ainda em novembro ou no início de dezembro”.
“Há um conjunto de propostas e o CG depois irá despoletar o processo de auscultação de toda a comunidade e da região, porque acho que um processo desta natureza não pode ficar confinado às paredes do IPCB por aquilo que a instituição representa para a região”, sublinhou.
O presidente do IPCB adiantou ainda que “o modelo a adotar será aquele que resultar da auscultação de todos”, mas acrescentou que se trata de um “processo moroso”.