29 janeiro 2014

O sistema já foi testado através de ensaio clínico
Aluno da UBI apresenta software para o controlo da dor

Nuno Pombo, que é aluno da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, no seguimento da defesa da tese de doutoramento, apresentou um dispositivo médico, que batizou de Doctor Mobile, tratando-se de um software para o controlo da dor.
O Doctor Mobile é uma aplicação que pode ser instalada num smartphone ou num tablet de um doente e na qual constam constam os medicamentos e a hora a que devem ser tomados, confirmar a toma dos medicamentos e complementar essa informação com o registo de dor que está a sentir, de acordo com uma escala numérica.
Nuno Pombo afirma que “o sistema visa obter de forma fácil e rápida a informação inserida por cada paciente, de acordo com um protocolo de tratamento estabelecido pelo médico”.
Segundo é adiantado o software não é propriamente uma novidade, mas aquilo que o torna único é o facto deste sistema permitir a ligação do paciente ao médico, além de dispor de vários algoritmos que tratam a informação inserida pelo paciente e auxiliar a decisão médica.
O projeto, que foi desenvolvido em parceria com a PT e a Sapo, irá permitir que os dados sejam analisados posteriormente pelo médico num sistema computorizado, que foi desenvolvido igualmente no âmbito deste trabalho, e que irá gerar dados de apoio à decisão médica que poderá ser a mudança no tratamento do paciente, intensificar a dosagem ou alterar um medicamento.
O sistema já foi testado através de ensaio clínico na Unidade de Ambulatório do Hospital Sousa Martins, na Guarda, durante oito meses, e envolveu cerca de 80 pacientes com dor aguda, com Nuno Pombo a realçar que “os resultados desse estudo foram bastante animadores e já estão, inclusivamente, publicados em revistas internacionais”.
Nuno Pombo adianta que os ensaios vão continuar e revela que “já temos contactos de hospitais estrangeiros, nomeadamente do Reino Unidos e do Sudoeste asiático, que pretendem aplicar este sistema às suas realidades. Está também previsto um ensaio clínico com a duração de três a seis meses em doentes com dor crónica, que será realizado no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB)”.
Um dos objetivos é que este software seja prescrito como é prescrito um medicamento. Pretende-se que faça parte do protocolo de tratamento dos doentes com dor aguda e dor crónica.
De acordo com as estimativas feitas o dispositivo “tem um potencial mercado de três milhões de portugueses que sofrem de dor crónica, a que podemos acrescentar as cerca de 500 mil intervenções cirúrgicas feitas em Portugal que obrigam a um controlo da dor aguda”, acrescentando ainda que “mais do que o interesse desse mercado, é a oportunidade de dar melhor qualidade de vida às pessoas que sofrem com dor aguda ou crónica”.

29/01/2014
 

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