17 de fevereiro de 2016

NO INÍCIO DAS COMEMORAÇÕES DOS 150 ANOS DA INSTITUIÇÃO
Câmara presenteia CIJE com nova casa de autonomia

A Câmara de Castelo Branco vai dotar a Casa de Infância e Juventude de Castelo Branco (CIJE) com uma nova casa de autonomia, destinada a jovens que completem os 18 anos e se mantenham na instituição.
Está assim satisfeito um dos dois desejos de prendas da CIJE, no ano em que comemora 150 anos, sendo que falta agora satisfazer o outro, que consiste numa nova carrinha, como a presidente da instituição, Graça Frade, revelou à Gazeta, em primeira mão, há duas semanas atrás.
A disponibilização da nova casa de autonomia foi garantida pelo presidente da Câmara, Luís Correia, na passada quarta-feira, dia 10, precisamente a data em que a CIJE cumpria 150 anos.
A novidade foi avançada na cerimónia de abertura das comemorações, que se prolongam até outubro deste ano, com Luís Correia a realçar que “não costumamos dar prendas de anos”, para realçar que “numa conversa com elementos da direção e utentes da CIJE apercebemo-nos de uma grande necessidade desta instituição que é mais uma casa de autonomia para as meninas que estão a atingir os 18 anos”, pelo que a instituição terá “mais um casa de autonomia”, que se junta a uma que já existe.
Luís Correia reforçou que “a prenda é essa casa de autonomia” e avançou que “estamos a analisar essa situação. Há uma casa que é nossa propriedade, que fica perto das instalações da CIJE, e espero a custo prazo poder entregá-la e apoiar a instituição para poder fazer as obras necessárias”.
Uma prenda que mereceu os aplausos de quem assistiu à cerimónia e os agradecimentos de Graça Frade, que não perdeu a oportunidade de recordar o autarca de outro projeto que envolve a Câmara e que consiste na recuperação de um forno, na Rua de Santa Maria, onde, depois, a instituição desenvolverá atividades. Projeto que Luís Correia garantiu que “também será concretizado”.
Antes Luís Correia realçou que a CIJE “é uma instituição onde podemos ver a dedicação de uma grande quantidade de pessoas, num trabalho com muita tranquilidade e muito saber”, enaltecendo ainda a “dedicação enorme”, do anterior presidente da direção e atual líder da assembleia geral, Dias de Carvalho, de Graça Frade, dos colaboradores e voluntários.
No elogio à CIJE, Luís Correia fez ainda questão de salientar que “a Câmara tem consciência de qual é o nosso pa- pel”, avançando que “é estar presente no dia a dia, perceber as necessidades e, sempre que necessário, intervir, para apoiar”.

“A CIJE é, de facto,
uma verdadeira família”
Em dia de festa, Dias de Carvalho realçou que a tarefa da CIJE “é compreender e responder com estabilidade e afeto às crianças e jovens, mostrando que há outro mundo onde existe a confiança, os afetos e os valores”.
Uma tarefa que não considera apenas da CIJE, mas de “todos, incluindo a escola e a sociedade”, aproveitando para “agradecer a todos os que ajudam a CIJE, cada um de seu modo”.
Dias de Carvalho fez questão de agradecer tanto ao anterior, como ao atual presidente da Câmara, Joaquim Morão e Luís Correia, respetivamente, por “todas as ajudas financeiras para o desenvolvimento da instituição”, dirigindo-se também ao diretor do Centro Distrital de Segurança Social, Melo Bernardo, porque “98 por cento da comparticipação da CIJE vem do Estado”.
Agradeceu igualmente aos sócios, voluntários e todos os que ao longo destes 150 anos têm ajudado a CIJE, aproveitando para “homenagear a atual direção e toda a equipa, pelo profissionalismo”, que fez na pessoa de Graça Frade que, destacou, “recorre a todos os meios para levar a cabo esta promoção humana das crianças e jovens”.
Os elogios surgiram também da parte de Melo Bernardo, ao referir que “a CIJE é uma instituição que atravessou vários regimes. Veio da monarquia e estes 150 anos significam também contar um pou- co a história de Castelo Branco”.
Melo Bernardo considera o papel da CIJE “fundamental”, tendo em atenção “meninas que são criadas, educadas de uma forma muito digna, para serem mulheres livres, verdadeiras, para que consigam fazer a sua vida” e rematou que “a família dessas crianças e jovens é a CIJE”.
Acrescentou, ainda, que “estamos descansados com o trabalho que é feito na CIJE”, realçando que, muitos casos, se tratam de “situações difíceis e delicadas, mas de onde saem crianças e jovens bem para a vida”, porque, garante “a CIJE é, de facto, uma verdadeira família”.

Uma história
de 150 anos
Na cerimónia inaugural das comemorações dos 150 anos, Adelaide Salvado apresentou uma breve história da CIJE, que foi criada inicialmente sob a denominação de Asilo da Infância Desvalida, pelo comendador Guilhermino de Barros, um poeta natural de Peso da Régua, que foi um político do Partido Histórico e, mais tarde, progressista, bem como alto dirigente da administração pública, sendo inclusive governador civil de Castelo Branco.
Numa abordagem histórica, Adelaide Salvado destacou alguns beneméritos, destacando Manuel Dias Mota, “que foi órfão, cresceu, fez-se homem, foi para a América e enriqueceu e não esqueceu a casa que o educou, pelo que em 1921, doou 10 mil escudos”.
Recordou também que Guilhermino Barros, Vaz Preto e Sebastião Serrado criaram na CIJE uma escola de referência na cidade” e não esquecendo, mais recentemente, Dias de Carvalho, sublinhou que “contra diretivas cegas do ensino inclusivo direcionou as crianças e jovens para o ensino, de acordo com as suas necessidades”.
E é esta história de século e meio que pode ser vista até dia 24 deste mês, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, na exposição fotográfica e documental, elaborada por Adelaide Salvado e Carlos Matos.
Agora, mas comemorações continuam dia 11 de março, a partir das 17h30, de novo na Biblioteca Municipal, com uma conferência subordinada ao tema A Mulher na Sociedade – Que Futuro?, que terá a particularidade de assinalar o Dia Internacional da Mulher, que será comemorado a partir das 20 horas, com um jantar na Escola Agostinho Roseta, no Centro de Formação da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB).
As comemorações continuarão depois ao longo do ano, para terminarem em outubro, com o colóquio Institucionalização – Que Rumo a Seguir?.
António Tavares

17/02/2016
 

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