Antonieta Garcia
ESTÃO DOIDOS?!!!
Se não estão, parecem doidos varridos! Seriam menos perigosos se não tivessem um poder excecional. Mas têm… e aquilo que fazem/dizem não augura nada de bom. Antes pelo contrário! Por que não se pede/exige um atestado de sanidade mental para o desempenho de certos cargos? Para conhecermos infernos sobravam os atentados terroristas, os refugiados, os pobres de fome, as enfermidades, os incêndios, os tufões, furacões … Nos dias que correm, com o Credo na boca, exorcizamos pesadelos que sobrevêm a qualquer criatura, simplesmente porque está no sítio errado à hora errada…
Com barcaças à deriva, o Mediterrâneo mantém-se um tormento. Os olhos acusadores das crianças que vemos chegar a um porto, ou que peregrinam por campos de desventura, evocam diariamente a indiferença que se apoderou de gentes que, como o macaco africano, não veem, não ouvem, não falam. Por opção. Mundo triste, o nosso! Se tudo isto precisava de intervenção, de reforma, agora somam-se doidos varridos que proclamam aleivosias de bradar aos céus, que se entregam a palavras luciferinas, porque se julgam deuses. Sabe-se lá do que são capazes! Dois exemplos:
Donald, de sua graça, fala demais, tuíta que se farta, não pensa o que diz. Perito em envenenar relações, odeia quem o critica, com facilidade mente, inventa novos significados para palavras e factos. Desmentem-no? E isso que importa? Ele criou o Ministério da Semântica Verdadeira para seu governo. É tudo como diz, como disser que é. Já viram o prazer com que mostra a assinatura construída com carateres quilométricos e vaidosos em tudo quanto é documento? Não me lembro de nenhuma criatura mais enfatuada entre governantes de países…
O outro, Kim para abreviar, é pior ainda. Olha-se para aquele penteado, para o tapete no cocuruto da cabeça e nem se acredita... O facto é que gostou tanto do que viu em si, que proibiu que alguém use corte semelhante. Só ele, Narciso da cabeça aos pés, pode exibir uma coroa tão tonta.
- Espelho meu, espelho meu, quem tem um cabelo mais bonito do que eu?!
Acontece, todavia, que os ditos dois, Donald e Kim, maus feitios, governantes e prepotentes, emproados, presunçosos e o mais que se não diz por ser verdade, adoram, numa idade em-que-já-deviam-ter-juízo, armas de guerra!
- A minha arma é melhor do que a tua! Hei de arrasar-vos!
- Experimenta! Eu retalio com “fúria e fogo” jamais vistos pela humanidade!
- Eu provocarei “dor e sofrimento” incalculáveis!...
E desafiam-se, ameaçam-se, apavoram. Divertem-se? Kim e apaniguados aplaudem os mísseis que lançam, riem-se muito, festejam com fogo-de-artifício… Uma dama cor-de-rosa, sorridente, que temos visto na T. V. da Coreia do Norte a noticiar mísseis e a bomba H, oferece palavras aos saltinhos, vibra em arroubos patrióticos… (ou de pavor?).
Donald discursa, os dedos em gesticulação dúbia, para intimidar o México, a Venezuela, o Afeganistão, a Coreia do Norte… Não é para levar a sério? Quem põe as mãos no lume? Quem os trava? Se estes são protagonistas, outros estrategas há, que não ficam atrás. “Perdoai-lhes Senhor /Porque eles sabem o que fazem.” – Apelava Sophia de Mello Breyner.
Sobram problemas para resolver, e governantes “cheios de devoção e respeito” não acham outra coisa para fazer se não lançar achas para uma fogueira que pode apagar o planeta Terra. E, nesta matéria, não há alternativa, não há plano B. Certo é que sai mais um míssil, uma bomba, sismos manifestam-se, semeiam terror, ódios... Quem se lembra de Hiroshima, e de Nagasaqui?
- Não te atrevas! Eu sou mais forte! – adverte Donald.
- O tonto! Mais forte em quê? Sabe lá ele a força que nós temos!!! – defende Kim.
Nem os ganapos pequenos argumentam com tal leviandade, com tamanha pequenez!
Estão doentes de tanto poder. Nomeiam, demitem e riscam chefes com total desfaçatez. Só ficam os que dizem Amén ao chefe. Subsistem os que tratam as palavras com o desprezo que sempre mereceram/merecem aos ditadores; valem o que o chefe quiser que valham, significam o que quem manda entende.
Cuidado! Estão doidos varridos?!!! São psicopatas? Quem os medica?
Diplomatas de todos os países, desvendem, por favor, as palavras de Paz capazes de por fim a esta escalada de horror. Faziam-nos tão bem à alma!