João Carlos Antunes
Otimismo
Otimismo - No meio das labaredas que devastaram Portugal de Norte a Sul e em particular no nosso distrito, pouca atenção se deu à divulgação dos últimos dados da nossa economia. E que são muito importantes, porque dão-nos um sinal daquele que poderá ser o nosso estilo de vida num futuro próximo. Os indicadores agora conhecidos mostram um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 2,8 por cento neste semestre, comparando com igual período de 2016, coisa nunca vista neste século.
São valores que resultam essencialmente de um crescimento no investimento e no aumento de procura interna. Uma economia que está a crescer de tal forma que até no prestigiado jornal inglês The Guardian se escrevia que Portugal de hoje é a prova de que há alternativa à austeridade. Conta-se como um país acabou com a austeridade, devolveu rendimento às pessoas, e crescimento ao país. E é a prova de que há alternativa à austeridade. Constata que o Governo de António Costa e os outros partidos de esquerda que o apoiam prometeram virar a página da austeridade, contra todos aqueles que previam o desastre, ou mesmo uma tragédia grega, à la Syriza, mas o “desastre prometido não se materializou”. Tudo isto nos importa. A boa imagem de Portugal no estrangeiro que traz investidores, o crescimento económico que, se for sustentado, vai permitir a reposição dos rendimentos ou mesmo o aumento dos rendimentos por via das alterações prometidas no IRS, a sustentabilidade do sistema de segurança social. Para uns este valor do crescimento económico, associado ao valor mais baixo de há muitos anos da taxa de desemprego, 8,8 por cento, mostra o copo meio cheio, para outros o copo meio vazio. É natural e saudável esta discrepância de leituras. É a democracia a funcionar.
Em Angola, a democracia - Como funcionou, mesmo que de forma ainda imperfeita, em Angola, onde dois partidos históricos, que resultaram dos movimentos de libertação, e uma coligação mediram forças nas urnas de forma pacífica, sem quaisquer incidentes graves, mesmo que com queixas que são naturais nestas ocasiões. O MPLA terá vencido com cerca de 60 por cento dos votos, valor que não indicia à partida qualquer chapelada, tão vulgar em África e que abre perspetivas de alternância de poder. Tudo o que acontece em Angola é importante para Portugal, não só porque há fortes ligações económicas entre os dois países, mas também porque em Angola trabalham milhares de Portugueses e exercem a sua atividades muitas dezenas de empresas portuguesas. Por isso devemos-nos congratular com a tranquilidade que hoje se vive em Luanda.