JOAQUIM MARTINS
Um contrato ético para o Planeta
Um contrato ético para o Planeta – O Dia Mundial do Ambiente que celebrámos esta semana veio chamar-nos a atenção para um problema, há muito conhecido: AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Há quem se recuse a ver. E não são só os Trump’s deste Mundo. São também os traficantes da morte, cujo Deus – o Capital – exige exploração intensiva do Planeta Terra, em proveito próprio. Ora, “a nossa casa comum” exige um outro olhar. Exige, como já era recomendado na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento de 1992 um “novo modelo de conduta cívica que estabelecesse um “contrato ético” com o Planeta”. O passo dado, em 2015, pelo Acordo de Paris e a rápida ratificação do Tratado, parecia indiciar uma conscientização firme na grande maioria dos países, incluindo os grandes poluidores (China; Estados Unidos da América; Canadá; Austrália etc.), quanto às medidas necessárias para estabelecer esse tal “contrato ético” com o Planeta. Afinal, a maior potência mundial acaba de rasgar o acordo histórico, por razões mesquinhas e incompreensíveis à luz da racionalidade científica e das mais elementares regras do bem comum.
Importa que o resto do Mundo se mantenha firme na defesa do Planeta como também apelou o Papa Francisco na Laudate Si propondo um “diálogo com todos acerca da nossa casa comum” já que, como refere (nº93) “Hoje, crentes e não-crentes estão de acordo que a terra é, essencialmente, uma herança comum, cujos frutos devem beneficiar a todos.”
Urge que tomemos consciência da necessidade: De uma “Cidadania Ecológica” que altere hábitos de consumo; De uma Cultura Ambiental que assuma compromissos; De uma Educação Ambiental que altere mentalidades e modos de vida. É que, como lembra o Papa “A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano” (nº211)
Portugal está no bom caminho e o documento “Caminho para uma estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020”, que tem estado, em consulta pública, é um bom exemplo que urge conhecer e levar à prática. Já!