João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
NO FINAL DE OUTUBRO decorreu o Sínodo que ficará na história da igreja como o Sínodo da Amazónia que sob a égide do Papa Francisco, demorou três anos a ser organizado. Quis o Papa que ao contrário do que era costume acontecer, não fossem apenas ouvidas as autoridades, os políticos e especialistas que também se desse voz aos povos da região, neste caso da região amazónica. Esta intenção e o conhecimento daquilo que se iria discutir fez disparar a crítica da extrema direita com voz na cúpula do Vaticano, onde não faltou o dedo de Steve Bannon, putativo responsável pela eleição de Trump e pela vitória do Brexit. Com toda esta carga de preparação, reuniram então em Roma os 184 bispos que durante três semanas discutiram arduamente e aprovaram orientações que são um passo importante na renovação de uma igreja virada para o futuro, enfrentando seriamente os problemas que enfrenta uma Instituição que, pela própria natureza das instituições, é conservadora, resistente à mudança. E foi com larga maioria de votos que foram aprovados os pontos que vão fazer com que este Sínodo fique para a história da Igreja. Como a possibilidade de homens casados poderem vir a ser ordenados sacerdotes, aquilo que poderá ser um primeiro passo para o fim do celibato que cada vez mais vozes defendem. E, mostrando que a Igreja não é indiferente aos novos ventos sociais, foi pedido que as mulheres possam exercer novos ministérios e que possam ser ordenadas diaconisas. Um todo de resoluções que serão analisadas pelo Papa Francisco e que poderá ser o inicio de um processo de renovação da Igreja.
DECORRE ESTA SEMANA EM LISBOA a Web Summit, talvez o maior evento mundial de inovação e tecnologia. Serão 70 mil os participantes que durante estes dias, estas noites, vão dar uma cara diferente à capital, duas mil startups de todo o mundo a apresentarem-se em busca de investidores, a Web Summit dará um retorno estimado de 130 milhões de euros. Somos um país com condições únicas para a sua realização, por isso não será de admirar que tenhamos garantido o evento pelo menos até 2028. Foi preciso investimento público avultado? Claro que foi. Mas será um investimento produtivo, que reforça a imagem de modernidade de Portugal, um país que por isto e outras coisas continua a estar na moda.