Edição nº 1650 - 5 de agosto de 2020

ASSEMBLEIA MUNICIPAL
Sessão tranquila com muitos elogios a Luís Correia

A primeira sessão da Assembleia Municipal de Castelo Branco, depois da perda de mandato de Luís Correia e já com José Augusto Alves à frente da liderança do destino do Concelho, realizou-se na passada sexta-feira, 31 de julho. Uma reunião que se caracterizou por ser tranquila, sem as habituais fricções político-partidárias, e que teve como uma das suas notas dominantes, as manifestações de apoio e elogio ao ex-presidente da Câmara, Luís Correia.
Logo no início da reunião, o presidente da Assembleia, Arnaldo Brás, deixou “uma palavra de solidariedade institucional e de amigo” a Luís Correia e realçou que “lamento profundamente que tenha este desfecho”. Entre elogios a Luís Correia relembrou “a obra que deixou, alguma por concluir, é certo”, para adiantar que “promoveu a real coesão territorial” e conclui que “pode sentir-se orgulhoso pelo trabalho que desenvolveu”.
Uma temática que Francisco Oliveira Martins, do CDS/PP, abordou na sua intervenção ao avançar que “podia ter suspendido e ter-se defendido. Manteve-se até agora e saiu por imposição da justiça”. De seguida lançou o “desafio” para o novo presidente da autarquia “abandonar a provedoria da Santa Casa e dedicar-se por inteiro à Câmara”.
Por seu lado, José Ribeiro, do Bloco de Esquerda (BE), frisou “a triste notícia da licença de Almaraz para funcionar até 2028”.
Tema, que aliás, foi retomado por Nuno Figuinha, do Partido Social Democrata (PSD), aproveitando para questionar “o que foi feito na sequência do que aqui foi aprovado”, referindo-se à Assembleia Municipal de dia 29 de junho, na qual foi aprovada, por unanimidade, uma proposta apresentada por todas as forças partidárias com assento neste órgão, na qual era “solicitado ao Governo Português todas as iniciativas necessárias junto do Estado Espanhol e das instituições europeias, no sentido do fecho definitivo da Central Nuclear de Almaraz, não sendo autorizada nova prorrogação do prazo de funcionamento”.
Também da bancada do PSD, Miguel Barroso afirmou que “o Bordar e Receber evidencia o eixo estruturante do nosso concelho, o turismo”, no qual, realçou, “infelizmente o Concelho de Castelo Branco tem indicadores muito modestos nas receitas”. Por isso, com base no conceito Vá para fora cá dentro, defende que “é uma oportunidade que não podemos desperdiçar. Castelo Branco tem muito para oferecer. Há que tirar partido da posição geo-estratégica de Castelo Branco” e perguntou ao executivo camarário que “estratégia tem delineada para o turismo? Que está definido em contexto da pandemia?”.
Os elogios a Luís Correia foram retomados por André Bernardino, do PS, ao afirmar que “se perguntássemos há sete anos como seria Castelo Branco em 2020, se Luís Coreia estivesse aqui a resposta seria que grande obra”, sublinhando que a saída do ex-autarca “é uma perda para os Albicastrenses, a cidade e as freguesias”.
Com o foco na saída de Luís Correia, Francisco Pombo Lopes, do PS, criticou “os ataques mesquinhos” e frisou que “na política querem-se respostas”, para avançar que “se a obra é feita e é benéfica para os munícipes, por que não falar na obra”, tanto mais que considera que “Castelo Branco é um concelho desenvolvido e isso não pode ser negado”. Admite que “a crítica é legítima, mas na política não pode valer tudo” e aproveitou ainda para garantir que “Castelo Branco tem capacidade financeira, porque os recursos económicos e financeiros foram adequadamente geridos”.
Na mesma linha, Jorge Neves, do PS, abordou a questão “dos tempos conturbados, do populismo, da conflitualidade, nos julgamentos na praça pública e nas redes sociais e nos ataques entre políticos a resvalar para o campo pessoal”. Tudo para referir que “o clima de hostilidade que existe não beneficia ninguém, antes nos prejudica a todos” e defendeu que “fazer oposição é ter ideias”. Jorge Neves deixou ainda um “apelo para que as hostilidades cessem e o respeito pessoal volte a existir” e reiterou que “na política não pode valer tudo. Há que ter respeito pelos órgãos, pelos eleitos, pelo presidente da Câmara que, agora, é José Augusto Alves, e respeito pessoal por Luís Correia”.
Noutra perspetiva Jorge Neves falou também nas quatro distinções conquistadas por Castelo Branco no Prémio Autarquia do Ano 2019/2020 (ler notícia).
Por seu lado, Leopoldo Rodrigues, do PS, chamou a atenção que “os últimos meses, um ano, foram perdidos com histórias de maldizer. Perdeu-se muito tempo com ataques pessoais e não se deu tempo ao que interessa, a Castelo Branco”. Algo que considera que aconteceu com o objetivo de “distrair sobre o que foi feito em Castelo Branco. Interessa a muitos falar-se de amesquinhamento, para que os outros não vejam a obra realizada, mas ela existe” e, por tudo isto, não duvida que “a história será generosa para Luís Correia”.
A temática continuou no centro das atenções com Hortense Martins, do PS, que ao dirigir-se a José Augusto Alves defendeu que “não se deixe inibir por uma oposição por vezes pouco construtiva” e acrescentou que “vê-se quem trabalha pelo desenvolvimento do Concelho e quem trabalha pelo assalto ao poder”. Isto, para afirmar que “não nos deixemos amedrontar por quem faz na política tudo aquilo que não deve ser feito”.
Ainda no período de antes da ordem do dia, José Alberto Duarte, salientou que “todos os que aqui estamos, estamos porque os votos dos eleitores assim o ditaram” e recordou que “esta Assembleia tem a missão de acompanhar e fiscalizar”, para rematar que “podem contar com propostas construtivas, por Castelo Branco”.
Já na sua primeira intervenção na Assembleia Municipal como presidente da Câmara, José Augusto Alves afirmou que “nunca, nem em nenhum sonho, tive o sonho de ser presidente da Câmara”. Recordou que, no passado “fui militante da Juventude Socialista (JS)”, para avançar que, “depois, enveredei pela vida militar durante quase 40 anos. Depois surgiu o desafio para as instituições particulares de solidariedade social (IPSS), onde já tenho mais de 25 anos e cheguei à política pelo desafio do presidente Luís Correia e aqui estou, tenho toda a legitimidade, porque o PS ganhou as eleições”. E garantiu que “somos conhecedores do nosso concelho, um concelho grande, com 19 freguesias. Contamos com todos e seremos sempre pelos Albicastrense, por Castelo Branco”.
Quanto à provedoria da Misericórdia, recordando que não há incompatibilidade de cargos, garantiu que “continuarei e fazer tudo por aquela casa, pelas instituições sociais. Não baralharei as coisas. Uma coisa é a Câmara, outra é a Santa Casa”.
Acrescentou que “concretizar é o que Luís Correia tem feito e é isso que vamos continuar a fazer. Luís Correia fez história e há de fazer-se história” e falou no que “era a cidade há sete anos e o que é hoje, em 2020”, não perdendo a oportunidade de frisar que em “dois anos e tal que trabalhei com Luís Correia o que se fez foi um trabalho honestíssimo. Esta é a verdade”.
Na resposta a José Ribeiro que falou na retirada de amianto das escolas, nomeadamente da Faria de Vasconcelos e acrescentou que “existem outras escolas necessitadas”, deu o exemplo da “escola desativada de Alcains”, José Augusto Alves avançou que “a Faria de Vasconcelos vai ser interven-cionada e a escola de Alcains também deverá ser intervencionada, porque o espaço deve ser aproveitado”.
Entre outros pontos garantiu a Carina Caetano, da Coligação Democrática Unitária (CDU), que tem conhecimento da situação que a deputada apresentou, quando esta alertou para a importância de “uniformizar a toponímia da cidade”.
José Augusto Alves, no que respeita a Almaraz, chamou a atenção que “os governos são soberanos” e quanto à continuidade da Central é da opinião que “escolheram o pior caminho para a nossa região”.
Quanto às distinções conquistadas por Castelo Branco no Prémio Autarquia do Ano 2019/2020, destaca que “os prémios são mais um excelente exemplo do trabalho de Luís Correia, de todos nós. Os prémios são importantes, enchem-nos de orgulho e são motivadores para o trabalho que vem”.
Na Assembleia Municipal foi apresentada pelas bancadas do PSD e do CDS/PP uma moção, para a criação de um fundo de apoio ao tecido empresarial, ao comércio local, que foi rejeitada, com 28 votos contra, seis a favor e quatro abstenções, com o PS, através de Leopoldo Rodrigues, a explicar que o voto foi contra “não pela moção, mas pela falta de critérios”.
No período da ordem do dia a proposta de Contas Consolidadas do Grupo Municipal, do ano 2019, foi aprovada, com seis votos contra e duas abstenções. Igualmente aprovadas foram a proposta de alteração ao quadro de pessoal da Câmara, na vertente da educação, registando-se cinco abstenções; a adesão a uma agência de turismo de natureza, com uma abstenção; e a segunda revisão do orçamento e grandes opções do plano, que registou oito votos contra.
António Tavares

05/08/2020
 

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