EDUCAÇÃO
Eduardo Marçal Grilo apresenta livro sobre Salazar e a Educação no Estado Novo
A Biblioteca Egas Moniz, da Escola Secundária Nuno Álvares (ESNA), acolheu, no passado domingo, 5 de fevereiro, a apresentação do livro Salazar e a Educação no Estado Novo, da autoria do Albicastrense e ex-ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo.
Na apresentação da obra, o seu editor, António Lobato Faria, que é sobrinho de Eduardo Marçal Grilo, adiantou que “este é o quarto livro de fazemos”, para salientar que a proximidade com o autor “permitiu-me conhecer e acompanhar o trabalho do livro desde a sua génese”.
A apresentação da obra, que tem prefácio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi da responsabilidade do diretor do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares (AENA), António Carvalho, que começou por referir que “a ideia de apresentar aqui o livro surgiu a propósito da sua apresentação em Lisboa, em que eu estive e onde lancei o repto para também ser apresentado em Castelo Branco, nesta biblioteca, nesta escola, que marcou o passado de Eduardo Marçal Grilo”.
António Carvalho não perdeu a oportunidade de “destacar o autor, que para além de um currículo invejável é uma pessoa que alia de forma extraordinária este passado tão rico, com uma capacidade de perceber o que se passa à sua volta, numa postura simples, reservada”.
A respeito do livro, António Carvalho destacou que “para além de uma retrospetiva histórica é também um livro, de certa forma, biográfico, por abordar a infância e juventude de Eduardo Marçal Grilo”.
Acrescentou que é também “um livro extremamente importante para conhecer melhor o passado, o presente e dar continuidade para o futuro da Educação em Portugal. É um livro que retrata o que houve de maior relevância em Portugal, com um olhar sobre o perídio de 1933 a 1968, com uma análise histórica, documental, muito profunda, abrangente”, tratando-se de “uma visão consubstanciada com um cunho pessoal”.
Por seu lado, Eduardo Marçal Grilo começou por afirmar que “os livros têm todos uma história. Este livro tem uma história. Depois de Não tenham medo do futuro, pensei fazer três biografias, de três ministros (da Educação) que marcaram muito o Estado Novo”, para adiantar que o editor lhe disse que esses três livros não seria o ideal, apontando para um único. E foi isso que aconteceu.
Eduardo Marçal Grilo confessa que foi um “livro que deu algum trabalho”, pois “cobre o que foram as políticas educativas”, sendo que “procurei colocar-me numa posição não ideológica”. Assim, continuou, “agarrei das políticas educativas de 1933 a 1968” e revelou que “não é fácil encontrar opiniões de Salazar sobre Educação. Não tem um único discurso sobre Educação”.
Uma parte importante do livro, tem a ver com Castelo Branco, mais concretamente “com a minha passagem pelo Jardim Escola João de Deus, pela Escola Primária da Senhora da Piedade e pelo Liceu Nacional Nuno Álvares. Uma área que gostava de abordar no livro e assim aconteceu, pois saiu um capítulo inteiro, o quinto, dedicado à minha trajetória”.
Eduardo Marçal Grilo garantiu “estar satisfeito, uma vez que o livro é um contributo para a história da Educação” e reforçou que “estou satisfeito com o livro, porque dou um contributo”, fazendo questão de destacar que “não sou historiador. Sou engenheiro mecânico”.
António Tavares