Edição nº 1917 - 22 de outubro de 2025

Carlos Semedo lança Afundar Raízes no Azul

A Alma Azul apresenta, no próximo sábado, 25 de outubro, às 15 horas, no Salão Polivalente do Parque Urbano de Montalvão, o livro de Carlos Semedo Afundar Raízes no Azul – haikus peregrinos no barrocal, com ilustrações de Paulo Veiga.
A apresentação do livro estará a cargo de César Viana, músico e compositor.
O livro, o primeiro de Carlos Semedo “é fruto de um deslumbramento que se cruzou com um acidente” como refere no posfácio o autor ao livro e escolhe como expressão poética o haiku.
Afundar Raízes no Azul – haikus peregrinos no barrocal, segundo é adiantado “é um livro especial, pela sensibilidade e condições em que foi escrito, mas também por envolver um território natural de excelência Albicastrense como é o Parque do Barrocal”.
Carlos Semedo tem formação na área musical e foi professor no Conservatório Regional de Castelo Branco. Trabalhou em Belgais, como diretor artístico, na fase em que a Associação assumiu a programação cultural no Concelho de Castelo Branco.
A partir de 2009 exerceu funções de programador cultural doa Câmara de Castelo Branco, onde foi também assessor e vereador da Cultura.
Calos Semedo escreve, no posfácio da obra, que Afundar raízes no azul – haikus peregrinos no Barrocal é fruto de um deslumbramento que se cruzou com um acidente. Escrever haiku sem o fazer na língua japonesa é tarefa já experimentada por mestres e de forma luminosa e conseguida. Não é o caso destes que agora veem a luz na página, os quais, presumo, são uma pálida tentativa que arrisco partilhar com os demais. Na minha relação de décadas com o Barrocal, em Castelo Branco, muito antes de ter lugar a sua transformação num lugar mais domesticado, esta foi sempre uma geografia do outro lado da linha. A linha do comboio como separador simbólico, o outro lado, o enigma. A sua delimitação como parque teve a enorme virtude de manter a biodiversidade do lugar e ampliar a possibilidade de ser usufruído por mais pessoas. O meu fascínio manteve-se intacto. O meu deslumbramento ao ler haiku, apesar de em traduções, vem da admirável concisão na forma, do deflagrar de algo naquelas três linhas que nos faz sentir e pensar. Quando, há uns anos, tentei escrever usando estes recursos, o que me apaixonou foi o processo. O caminho que pode ser percorrido a partir de um impulso, de uma imagem mental, de algo que a linguagem procura deslindar e clarear nem que seja momentaneamente. Aproximar a escrita do pensamento, tornar tudo o mais simultâneo possível. E, depois, a depuração, a tentativa de tornar tudo mais próximo do indizível ou, melhor, de tudo o que só pode ser dito daquela maneira.
Este deslumbramento relativamente ao haiku encontrou um detonador no meu processo de recuperação de um Acidente Vascular Cerebral. Num determinado momento, quando já conseguia andar razoavelmente, comecei a visitar o Parque Barrocal com uma frequência quase diária, independentemente da meteorologia.
Chamei-lhe a minha peregrinação. Caminhar, estar, observar longamente, conhecer melhor sobretudo a flora e a geologia daquele lugar, levou-me a uma necessidade, a escrita. Estas três linhas que encontram neste pequeno volume, página a página, correspondem a uma seleção do que foi o meu peregrinar. Num certo sentido, foi um caminho com uma dupla dimensão, terapêutica e espiritual. Tenho razões para duvidar se o teria percorrido sem o referido AVC. Este Afundar Raízes no Azul é, pois, um fruto de uma profunda crise. Dedico-o a todos aqueles que diariamente lidam com o AVC, os doentes, o pessoal médico, terapeutas, as redes de apoio, institucionais e familiares, os amigos que fazem com que a esperança seja possível”.

22/10/2025
 

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