“Este é um sentimento de gratidão, mas também da mais inteira justiça, pois o País deve a todos os portugueses que lutaram e pereceram na Guerra do Ultramar”.
As palavras são do presidente do Núcleo de Castelo Branco da Liga dos Combatentes e foram proferidas sábado, durante as cerimónias comemorativas do 90º aniversário do núcleo albicastrense que recebeu da Junta de Freguesia de Castelo Branco, a Medalha de Mérito da Freguesia, pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos em prol dos ex-combatentes e respetivos familiares.
Num dos momentos altos das comemorações, que decorreu logo pela manhã, junto ao Monumento aos Combatentes, situado na Praça Martin Afonso de Melo, em Castelo Branco, e que contou com a presença de diversas entidades militares e civis, o presidente do núcleo, José Augusto Alves, agradeceu a colaboração da Câmara de Castelo Branco, que ajudou a Liga dos Combatentes a concretizar um sonho antigo, com a colocação de um memorial com os nomes dos 62 jovens combatentes do Concelho de Castelo Branco, que faleceram no Ultramar entre os anos de 1961 e 1975.
José Augusto Alves referiu ainda que o memorial, além de perpetuar o período da Guerra do Ultramar, “também deve constituir um ensinamento da nossa história para as gerações mais novas”.
Por seu turno, o presidente da Liga dos Combatentes, fez questão de dizer que “os heróis têm um nome”.
Joaquim Chito Rodrigues, que falava durante a inauguração da remodelação do Monumento aos Combatentes, disse ainda que “hoje colocamos aqui o nome desses heróis no Monumento”, referindo-se ao memorial com o nome dos 62 combatentes mortos na Guerra do Ultramar.
O presidente da Liga dos Combatentes mostrou ainda o desejo de ver concretizado outro sonho, a instalação no Distrito de Castelo Branco de um lar para a terceira idade e um centro de apoio médico, psicológico e social.
“Temos procurado instalações para um centro destes aqui na Beira Baixa e Castelo Branco poderia ser uma hipótese”, referiu.
O presidente da Câmara de Castelo Branco enalteceu o trabalho que o núcleo albicastrense tem desenvolvido ao nível social, cultural e junto dos seus associados.
Luís Correia mostrou a sua total disponibilidade para continuar a colaborar e a apoiar o núcleo albicastrense e a Liga dos Combatentes e realçou ainda o gesto do tenente-coronel António Pires Nunes, que disponibilizou o seu espólio literário à biblioteca do núcleo de Castelo Branco.
Depois dos discursos, foram ainda condecorados 13 ex-combatentes e colocada uma coroa de flores no Monumento.
Aníbal da Conceição Neves e José Henriques de Almeida, receberam a medalha comemorativa das campanhas com a legenda Angola.
João Pires Salavessa, Carlos Alberto Ribeiro, Amílcar Belo Ramos, Manuel Rosa Botelho, João José Vaz Serra, Carlos Alberto Sousa e Domingos Ferreira Belo, receberam a medalha com a legenda Guiné, e Manuel Mendes Antunes, Manuel Matias Dinis e José Manuel Mendes, receberam a medalha com a legenda Moçambique.

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