12 fevereiro 2014

Escritor veio falar da sua última obra, O Botequim da Liberdade
Fernando Dacosta elogia Festival Literário

O escritor Fernando Dacosta teceu elogios ao Festival Literário de Castelo Branco (FLCB). Disse que se trata de uma iniciativa “muito positiva que entronca nas pessoas locais”, ao contrário daquilo que acontece em outras iniciativas do género, “muito fechadas”, onde as populações locais não participam.
Fernando Dacosta, escritor e jornalista, disse, em Castelo Branco, durante a sua participação no FLCB, que Natália Correia “tinha um defeito que é fatal em Portugal, que é dizer na cara das pessoas o que pensa delas”.
O escritor falava durante uma sessão, realizada na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, sobre O Botequim da Liberdade, a sua mais recente obra, publicada em 2013, e que recorda o Bar Botequim, do Largo da Graça, nos tempos em que era dirigido pela poetisa Natália Correia.
“Somos um povo manhoso e de hipócritas, que nunca dizemos aquilo que pensamos e quem foge a essa regra tem graves problemas. A Natália teve graves problemas. Criou muitos inimigos que ainda hoje continuam a não lhe perdoar e continuam a persegui-la”, disse o escritor, que privou de perto com Natália Correia.
Fernando Dacosta referiu que O Botequim da Liberdade, implica a memória e hoje “a memória é um elemento fundamental que temos que preservar”.
O escritor recordou que a própria Natália Correia dizia com muita frequência que ser-se hoje revolucionário é preservar a memória.
“Sem memória não há pensamento, sem pensamento não há ideias e sem ideias não há futuro. Logo, é uma espécie de matéria-prima para o pensamento, sobretudo nesta época em que a identidade portuguesa está a sofrer abanões”, disse.
O escritor referiu também que em Portugal “há atualmente um escandaloso e preocupante retrocesso que pode ter consequências muito nefastas” e sublinhou que, hoje, “os poderes políticos comportam-se como se Portugal tivesse nascido com eles depois do 25 de Abril”.
“Portugal é o país mais antigo da Europa, tem um povo com uma sabedoria e capacidade de sofrimento e de resistência invulgares, que estão a ser subestimadas pelos atuais poderes que são de uma incultura total, que são de um distanciamento e de um menosprezo para com essa nossa identidade e postura que pode terminar mal”.
No final desta segunda edição, o comissário do FLCB, fez um balanço “muito positivo”.
José Pires sublinhou que o FLCB correspondeu a todas as expetativas, apesar de ter sido ligeiramente encurtado em relação à primeira edição.
“O Festival cumpriu tudo o que estava previsto em relação às escolas. Quanto à comunidade, uma vez mais, a participação foi extremamente interessante”, disse.
Quanto ao futuro, José Pires sublinha que apesar de não ser ele quem tem que decidir, julga que esta é uma aposta para continuar.

12/02/2014
 

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