Tempo quaresmal – No mundo Cristão, esta quarta-feira é Quarta-Feira de Cinzas. Dia de lembrar a cada um: “és pó e em pó te hás de tornar” (Gênesis, 3:19).
Dia primeiro dos quarenta que o separam da festa da Páscoa. Quarenta: “Trata-se de um número que exprime o tempo de expectativa, de purificação, de regresso ao Senhor e de consciência que Deus é fiel às suas promessas”, como explicou Bento XVI (catequese de 17Fev2012).
Tempo de purificação. “Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis” como lembra o Papa Francisco na mensagem para este tempo, em que denuncia “a atitude egoísta da indiferença” que se tornou global, e lembra à Igreja que é um Corpo e que “se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros”, pelo que “ aquilo que cada um possui,” não o pode reservar,” só para si”. É por isso que cada comunidade, cada paróquia tem o dever de ser “um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos.”
O desafio do Papa Francisco para esta Quaresma é que todas as comunidades e paróquias se tornem ”ilhas de misericórdia, no meio do mar da indiferença”.
É tempo de renúncia e partilha. Em sintonia com o Papa, Dom Antonino, o bispo da nossa Diocese, anuncia na sua mensagem, que “nesta Quaresma, para além de continuarmos a ter em conta os nossos pobres, iremos orientar metade da nossa partilha, para apoiar os cristãos do Iraque e do Médio Oriente que, de um dia para o outro, se viram obrigados a sair das suas casas e das suas terras, deixando tudo para trás, e ficando à mercê da ajuda internacional”.
O desafio à desinstalação e a olhar o outro como um irmão é um desafio para todos os homens de boa vontade. Todos. Crentes ou não.

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