VILA VELHA DE RÓDÃO
Luís Pereira fala em “caça às bruxas” sobre poluição no Rio Tejo
O presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, disse que está “muito preocupado” com a poluição no Rio Tejo e apelida de “caça às bruxas”, a abordagem que está a ser feita ao problema.
“Estamos muito preocupados com aquilo que se passa no Tejo e entendemos que não é admissível continuar esta situação. A nossa preocupação é que a abordagem que está a ser feita não resolva nada e ao problema, que é grave, possa vir a acrescentar outro, gravíssimo, de ordem social”, afirmou Luís Pereira.
O autarca explica que existem centenas de empregos em Vila Velha de Ródão e centenas de jovens que encontraram neste concelho do Distrito de Castelo Branco, alternativa à emigração.
A forma como a questão da poluição no Rio Tejo está a ser colocada por alguns interve-nientes preocupa o autarca de Vila Velha de Ródão.
“Podem pôr em causa não só os postos de trabalho em Vila Velha de Ródão, mas as alternativas dos jovens desses concelhos que tiveram que vir para aqui, porque não encontraram lá (seus concelhos) alternativa e emprego”, sublinhou.
Luís Pereira entende que se deve manter “alguma racionalidade” sobre o assunto, ou seja, “não falar no detalhe e falar da questão na sua globalidade”.
“Está a fazer-se uma caça às bruxas, cujo verdadeiro problema não é a poluição para alguns autores. É a comparação que fazem do que é o Concelho de Vila Velha de Ródão, da sua capacidade de atração de investimento e de criação de emprego e aquilo que existe nos seus concelhos. E as pessoas comparam mal essa realidade”, disse.
Uma das questões que abordou e que quer que fique bem clara é esta: Que água chega a Vila Velha de Ródão?
Luís Pereira fala no caudal que existe atualmente no Rio Tejo e adiantou que o verão passado, “foi um dos piores anos em termos de caudal” e avança inclusivamente com algumas dúvidas, em que tenha sido cumprido o caudal mínimo.
Quanto à qualidade da água, o autarca avançou também com alguns dados que considera pertinentes para abordar o problema do rio Tejo.
“Sabemos que 80 por cento da água do Tejo a 100 quilómetros da sua nascente é desviada para o sul de Espanha e sabemos que a 100 quilómetros da nossa fronteira (Portugal), temos uma das barragens mais poluídas de Espanha (Castrejón), onde surgem à superfície da água, bolhas de metano. Isso é algo que não vemos no Tejo em Vila Velha de Ródão”, sustenta.
Adianta ainda que a primeira abordagem que deve ser feita é saber que água chega a Portugal através do Rio Tejo e depois, obviamente, saber que problemas existem.
O autarca não nega alguns problemas existentes em Vila Velha de Ródão, sobretudo com uma Estação de Tratamento de Águas Residuais da zona industrial, cujas lamas estão a ser recolhidas periodicamente por uma empresa certificada, respondendo a todos os requisitos colocados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Quanto às restantes indústrias, recorda que em 2015, a Celtejo foi a primeira empresa a certificar-se na ISO 14001 e a AMS recebeu em 2014, um prémio de sustentabilidade ambiental da União Europeia.
Carlos Castela