MANIFESTAÇÃO CONTRA A POLUIÇÃO NO TEJO
Pescadores queimam barco em ato simbólico junto ao cais
Um grupo com cerca de duas dezenas de pescadores queimaram, sábado, um barco junto ao cais de Vila Velha de Ródão, num gesto que pretendeu simbolizar o fim da atividade piscatória no rio Tejo.
“Queimamos um barco, porque ninguém consegue sobreviver com a atividade piscatória” no rio Tejo, disse o membro do Movimento de Pescadores Pelo Tejo, Mário Costa.
Este responsável sublinhou que há alguns anos, havia cerca de mil pescadores que vivam da faina no rio Tejo, mas por causa da poluição, esse número foi reduzido, atualmente, para cerca de 90.
A manifestação de protesto contra a poluição do rio decorreu junto ao cais de Vila Velha de Ródão, onde os pescadores colocaram várias faixas alusivas ao protesto, entre as quais Não à poluição no rio Tejo e seus afluentes e Por um Tejo vivo, não à poluição.
Mário Costa disse ainda que “a luta vai continuar” e adiantou que “se isto não parar é porque existe conivência ou uma grande incompetência” do Estado.
“O objetivo desta manifestação é sensibilizar as empresas e as entidades competentes para o drama dos pescadores do Tejo que estão a acabar”, adiantou este pescador.
Este responsável referiu ainda que os pescadores afetados, cerca de mil, vão entrar com uma ação judicial, por uma década de inatividade e de prejuízos, cujo valor a reclamar ronda os 50 milhões de euros.
“Parte do processo já deu entrada e iremos também recorrer ao tribunal europeu”, concluiu.
Esta manifestação junto ao cais de Vila Velha de Ródão, juntou cerca de duas dezenas de pessoas, entre pescadores e população de Vila Velha de Ródão, Golegã, Azinhaga do Ribatejo, Fratel e Vila Nova da Barquinha e contou também com a presença de três deputados do PSD, CDS-PP e Bloco de Esquerda, eleitos pelo círculo de Santarém, Duarte Marques, Patrícia Fonseca e Carlos Matias, respetivamente.
Carlos Castela