PALESTRA DE ANTÓNIO SALVADO PROMOVIDA PELO MOVIMENTO MONÁRQUICO
À descoberta da poesia de D. Afonso Sanches
O Movimento Monárquico de Castelo Branco, com o apoio da Câmara de Castelo Branco, organizou, quinta-feira, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, uma palestra subordinada ao tema Dom Afonso Sanches, filho de El-Rei Dom Dinis I – Um Original Poeta do Trovadorismo Português, que teve como orador António Salvado.
No início do encontro, Arnel Afonso, do Movimento Monárquico, fez questão de salientar que este “não faz propaganda política. Limita-se a falar da cultura portuguesa”, em sessões como esta que têm decorrido um pouco por todo o Distrito de Castelo Branco.
Já na abordagem ao tema, António Salvado começou por recordar que D. Dinis “foi um grande poeta”, para avançar que o Infante D. Afonso Sanches, um dos seus filhos bastardos seguiu o mesmo caminho, pelo que D. Dinis “o via como uma herança ancestral de talento”.
António Salvado recordou também que D. Afonso Sanches “teve uma ascensão política muito rápida”, sendo mesmo considerado por alguns que era o filho predileto de D. Dinis, o que causou alguma rivalidade e conflitos, com o herdeiro da coroa, D. Afonso IV, que era o único filho legítimo do Rei D. Dinis e da Rainha Isabel de Aragão, que foi canonizada como Rainha Santa Isabel.
Com a morte de D. Dinis, em 1325, D. Afonso IV ascendeu ao trono e de imediato exilou D. Afonso Sanches para Castela e retirou-lhe todas as terras, títulos e feudos concedidos pelo pai de ambos. D. Afonso Sanches revoltou-se e desencadeou várias manobras políticas e militares, para se tornar rei. Depois de várias tentativas de invasão de Portugal, D. Afonso IV e D. Afonso Sanches, assinaram um tratado de paz, com a intervenção da Rainha Santa Isabel.
Voltando ao talento de D. Afonso Sanches, António Salvado, realçou que “a sua obra apresenta características muito singulares”, apesar de ser uma obra curta, formada por nove cantigas de amor, duas cantigas de amigo, três cantigas de escárnio e maldizer e uma tenção de amor, que apresenta “características únicas no nossa poesia trovadoresca”.
Ao longo da sessão foram ditas por Maria de Lurdes Barata e Costa Alves algumas das cantigas, que levaram a que a obra de D. Afonso Sanches, relativamente desconhecida, ganhasse outra dimensão.
António Tavares