23 de maio de 2018

João Belém
VIOLÊNCIA – DESAFIO PARA A RAZÃO

A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta,
é sempre uma derrota.
Jean-Paul Sartre

A palavra violência deriva do Latim “violentia”, que significa “veemência, impetuosidade”. A sua origem está relacionada com o termo “violação” (violare), mas quando se trata de direitos humanos, a violência abrange todos os atos de violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segurança, habitação); económicos (emprego e salário); culturais (manifestação da própria cultura) e políticos (participação política, voto).
Segundo Sócrates (filosofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga), o homem é um ser racional que, em função da razão, pode ser justo e praticar a virtude. Levando isso em consideração, ele reconhecia à ignorância e à irracionalidade as causas da violência do homem contra si mesmo e contra os outros.
Na sua fraqueza irracional ao deixar-se levar por emoções impensadas, o homem permite que as paixões ganhem força, cresçam e tomem conta do conjunto de suas ações. As paixões nesse sentido subjugam o ser do homem, impigem sobre ele sua influencia e estabelecem sobre ele uma relação de violência, não permitindo que a razão - considerada por Sócrates a nossa melhor parte - se manifeste livremente.
Não dando voz à nossa melhor parte sufocamos a oportunidade de nos tornarmos seres melhores e assim sucumbimos como reféns de nossa própria ignorância.
Agindo irracionalmente tornamo-nos seres governados pelos objetos de nossos apetites e desejos. Nesse sentido, a ignorância é causa da violência que cometemos em relação a nós mesmos.
Ainda segundo Sócrates, as paixões estão também na origem da violência que cometemos em relação aos outros. Primeiro, porque o homem agindo conforme emoções impensadas passa a querer possuir tudo o que lhe traga prazer e acaba lutando com os outros para deter os objetos de prazer. Segundo, porque isso torna o homem tirânico, fazendo-o desejar impor sempre a vontade individual às demais, encontrando prazer na própria submissão de outros homens a essa vontade individual.
Esta análise feita segundo Sócrates parece-me apropriada, mas não podemos esquecer as múltiplas opiniões sobre este tema elaboradas pelos mais prestigiados filósofos mundiais, por isso na verdade, a violência pura não pode ser legitimada pela filosofia, já que o pensamento é pela sua natureza negação da violência, pela sua escolha da reflexão e do diálogo.
Solicito assim que reflitam sobre este problema pois nos tempos que correm a violência, nas suas mais variadas vertentes, começa a ser um problema que não devemos nem podemos ignorar.

23/05/2018
 

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