10 de outubro de 2018

EM INICIATIVA DA REAL ASSOCIAÇÃO DA BEIRA INTERIOR
António Salvado desperta leitores para a poesia e Almeida Garrett

A Real Associação da Beira Interior, com apoio das Tardes de Alcains, organizou dia 24 de setembro, na Biblioteca de Alcains, uma palestra subordinada ao tema Já Leram o Poeta Almeida Garrett?, que teve como orador o poeta António Salvado.
Dando início à concretização da série de palestras anunciadas sob título de Já Leram a poesia de…?, António Salvado começou a sessão traçando as principais circunstâncias da biografia de Almeida Garrett, mais concretamente o seu juvenil entusiasmo, ainda estudante de Direito da Universidade de Coimbra, pelos ideais liberais; a sua participação ativa nas próprias lutas em defesa do liberalismo político, as revoluções e contra revoluções que suportou e que lhe valeram, mais que uma vez, o exílio; os inúmeros e delicados problemas da sua vida amorosa; a carreira; os funcionários do Estado (a ele se deve a renovação do Conservatório Nacional e a criação do Teatro Dona Maria II); as distinções que lhe foram atribuídas de Par do Reino e de Visconde.
Depois António Salvado falou sobre a obra poética de Almeida Garrett, começando por incidir no seu primeiro livro de poesia publicado, Retrato de Vénus que, pelo seu caráter erótico, foi censurado e implicou julgamentos do qual Almeida Garrett foi absolvido.
Abordou de seguida os poemas narrativos Camões e D. Branca que marcam a entrada do Romantismo em Portugal, o primeiro biografando os amores infelizes do poeta e segundo o malogrado destino desta filha de Afonso III apaixonada por um rei Mouro. Seguiram, depois, as composições que reúnem as composições da juventude de Almeida Garrett, a lírica de João Mínimo, de temáticas muito diversas que vão de poemas de exaltação política, patriota até ao afloramento de laivos já românticos, finalizando a sua palestra com uma análise pormenorizada dos dois últimos livros de poesia de Almeida Garrett, Folhas Caídas e Flores sem Fruto, conjuntos que, em vários aspetos, solidificam pedras basilares na história da poesia romântica portuguesa. Na verdade, salientou António Salvado, alguns, e são muitos, poemas de conteúdo amoroso destes livros que testemunham abarcamentos passionais e peculiares confissões de paixão que materializam páginas de absoluta originalidade na poesia portuguesa.
Mas Almeida Garrett, evidenciou ainda António Salvado, amplificou também, e com idêntico talento, outras dimensões criadoras que o tornam um poeta de indiscutível crença religiosa. E António Salvado leu uma passagem do prefácio daquele seu primeiro livro onde Almeida Garrett afirma: “Onde a liberdade não se abraça com a cruz, onde o povo não deriva os seus direitos imediatamente de Deus e os Evangelhos, aí liberdade verdadeira, não há de nunca haver?”.
No encontro foi ainda possível ouvir alguns poemas de Almeida Garrett declamados por João Artur Santos.

10/10/2018
 

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