António Tavares
Editorial
A meio de agosto, mês típico de férias, enquanto uns acabam de regressar, outros estão a partir, para gozar uns merecidos dias de descanso.
Infelizmente, os fogos florestais é que continuam a não dar tréguas, mesmo neste período de férias. Portugal e também grande parte da Europa continuam a ser palco deste flagelo, que este ano está a ser agravado pelas alterações climáticas, mais concretamente devido às altas temperaturas e à seca.
As chamas têm sido uma constante, transformando paisagens verdes em quadros pintados de preto e cinzento, cobertas de cinza e pouco mais. Um cenário de desolação, que fica depois de tudo ter sido destruído pela voracidade das labaredas, fazendo desaparecer, em instantes, anos e anos do processo natural da natureza, mas também vidas inteiras de trabalho.
Fogos muitas vezes provocados pela falta de cuidado, mas também originados pela mão criminosa de quem os ateia. Este ano, segundo números oficiais, já foram, detidas 119 pessoas, por suspeita de fogo posto. Mias do que em todo ano passado. Também há a registar que a medida de coação de prisão preventiva apresenta um incremento significativo. Mas muito mais há fazer, certamente passando por uma mão mais pesada da Justiça, com a aplicação de penas de prisão efetiva exemplares, que há quem diga que até podem ser acompanhadas de penas acessórias, como a obrigatoriedade dos detidos por estes crimes serem obrigados a proceder à limpeza de terrenos e florestas, como medida de prevenção contra os incêndios.