Edição nº 1779 - 8 de fevereiro de 2023

REDE DE CIDADES CRIATIVAS DA UNESCO
Bordado de Castelo Branco continua caminho da candidatura

A Biblioteca Municipal de Castelo Branco acolheu esta segunda-feira, 6 de fevereiro, o simpósio A Rede de Cidades Criativas da UNESCO, no âmbito da adesão da Câmara de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria de Artesanato e Artes Populares, com o Bordado de Castelo Branco. Uma candidatura que tem como presidente da Comissão de Honra o general Ramalho Eanes e será submetida em junho, devendo o resultado ser conhecido no final do ano.
Para o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, a margem da sessão de abertura, afirmou que este simpósio foi importante pela “assinatura da Carta de Compromisso e o compromisso da defesa do Bordado de Castelo Branco e também o apoio de Castelo Branco a esta candidatura às Cidades Criativas da Unesco na categoria de Artes Tradicionais, que nós é extremamente importante”.
O autarca recordou que “há bastante tempo começamos esta candidatura”, bem como que “há bastante tempo que valorizamos o Bordado de Castelo Branco”, pelo que “estamos a dar passos no sentido de concretizar e de afirmar a candidatura”.
Leopoldo Rodrigues sublinhou que “ao desenvolvermos a candidatura temos outros objetivos, que é o objetivo de promover o Bordado de Castelo Branco” e admitiu que “sabemos que este é um processo difícil, moroso onde existem muitas cidades que também querem ser Cidades Criativas da UNESCO e com as quais concorremos”. De qualquer modo está confiante ao afirmar que “acreditamos que o valor do Bordado de Castelo Branco, o facto de ser uma arte tradicional já com muitos séculos, de ser uma arte tradicional inspirada em motivos orientais, de ser uma arte tradicional onde se utiliza matérias nobres, como é ocaso do linho e da seda, sobretudo da seda, que nos coloca em boa posição para que a candidatura venha a ser aprovada”. Mesmo assim, não esconde que “é importante recolher apoios e esta sessão também tem a ver com isso”, para adiantar que “o simpósio visa, por um lado, debater, refletir acerca das artes tradicionais e neste caso concreto do Bordado de Castelo Branco, mas, ao mesmo tempo, recolher apoios para que a UNESCO, quando tiver que avaliar as candidaturas, tenha consciência que este é um bordado e uma arte tradicional reconhecida”.
O autarca destacou também que “este dia não será o términus de um processo. Ele já começou há algum tempo e tem hoje, aqui, um momento importante, mas irá continuar praticamente até à entrega da candidatura, com um conjunto de iniciativas que têm todas o mesmo objetivo, da valorização, da afirmação e da promoção do Bordado de Castelo Branco”.
Caso a candidatura seja aprovada, garante que “será uma notícia extraordinária para Castelo Branco, para o Concelho, mas, sobretudo, para o Bordado, porque é um ex-libris de Castelo Branco”. Bordado que, assegura, “valorizamos por diferentes razões. Não valorizamos apenas porque sim, não valorizamos apenas porque é bonito. Isso é fundamental, porque representa a nossa cultura, as nossas tradições e o nosso património e esse é um aspeto decisivo desta candidatura, mas também porque o Bordado de Castelo Branco é motivo de afirmação e de promoção económica”. Uma vertente em relação à qual avança que “para além das cinco bordadeiras que temos a trabalhar no Centro de Interpretação do Bordado, temos um conjunto significativo de pessoas que fazem Bordado e que o vendem”, para acrescentar que “temos o Bordado certificado e temos condições para ainda aumentar mais o número de pessoas a produzi-lo e a coloca-lo no mercado, afirmando-o como um produto económico”.
Noutra vertente Leopoldo Rodrigues chama a atenção para o facto que “também temos que ter consciência de uma coisa: o Bordado de Castelo Branco é efetivamente um produto de luxo e é também nesse sentido que queremos que ele se afirme”.
Por seu lado, o coordenador da candidatura, Hélder Henriques, “esta é uma candidatura que toma o Bordado de Castelo Branco como uma âncora, mas, na verdade, aquilo que pretendemos é um lastro maior, é valorizarmos a criatividade como um fator importante para o desenvolvimento da Região, desenvolvimento cultural, mas também desenvolvimento económico”.
Assim, continua, “o que estamos a fazer é reunir um conjunto de informação, muita dela que se encontra dispersa, e constituir um dossiê que seja forte, que permita mostrar a mais-valia do Bordado de Castelo Branco do ponto de vista histórico e identitário, mas também do ponto de vista daquilo que é a sua valia económica”.
Por isso adianta que “estamos entre dois pólos”, que são “o pólo da tradição, da conservação, da salvaguarda, e o pólo da inovação”, argumentando que “temos que preservar, é verdade, mas também temos que inovar, promovendo a sua digitalização, novos canais de comunicação que se possam eventualmente abrir para o Mundo e para dar a conhecer o Bordado no Mundo e também sensibilizar, porque é importante os mais novos”, referindo-se “à importância da capacitação profissional daqueles que temos que tentar atrair para esta arte, para aprenderem e naturalmente poderem passar para aqueles que vierem a seguir”.
António Tavares

08/02/2023
 

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