Edição nº 1830 - 7 de fevereiro de 2024

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

ESTAVA PORTUGAL POSTO NO SEU REMANSO quando menos se esperava, com o Governo em modo de stand by, à espera do que há de vir, irrompeu nas ruas uma enxurrada de reivindicações. Para gáudio dos canais de notícias que têm aqui um manancial de material para encher horas de programação, alimentado por jovens repórteres de microfone na mão em looping a perguntar por razões e consequências. E líderes políticos em plena guerra de promessas em campanha a anunciar que com eles a mandar, na hora a coisa estava resolvida (Trump acaba com as guerras num dia, mesmo nas guerras a sério).
Começou pelas forças de segurança com um polícia, um só polícia, a reclamar à porta da Assembleia da República, por subsídio de risco de valor igual ao que foi atribuído à Polícia judiciária, recentemente atualizado pela ministra da Justiça com, parece, empenho de António Costa. Um evidente erro de cálculo do Primeiro-Ministro que, estranhamente, desvalorizou a reação mais que esperada dos grupos não contemplados. E rapidamente de um, se passaram a milhares de polícias e guardas a manifestarem-se na rua. Depois foram os agricultores a cortar estradas, autoestradas e fronteiras a reclamar da burocracia, dos apoios diminuídos, das taxas e da Política Agrícola Comum (PAC) da Comunidade Europeia. E a assustar o Governo que, ao contrário da resposta às reivindicações das forças de segurança, rapidamente satisfez algumas das exigências. Há uma diferença substancial entre a possibilidade de satisfazer as forças de segurança, que significam muitos milhões a inscrever nos orçamentos futuros, uma despesa permanente, e que por isso o Governo considera não ser possível decidir por um governo de gestão. E o que foi a satisfação de parte da exigência dos agricultores, um valor a incluir excecionalmente no orçamento para 2024.
Abriu-se a Caixa de Pandora e hoje é mais um grupo profissional, o dos sapadores bombeiros, a virem para a rua, para a porta da Assembleia da República, a exigir também o seu subsídio de risco.
Destas manifestações, independentemente das suas justas causas, destaca-se a sua organização e mobilização através das redes sociais, movimentos inorgânicos aparentemente a sair do controle dos sindicatos e das organizações do setor. Teme-se que estes serviços essenciais à nossa segurança estejam infiltrados por movimentos extremistas e é inaceitável, mesmo particularmente grave porque seria um atentado ao estado democrático, que se sugira a hipótese de boicotar as eleições. Enfim, umas eleições extraordinárias, com uma campanha em ambiente não menos extraordinário.

07/02/2024
 

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video