Ações de luta continuam a ser promovidas durante os próximos meses
União de Sindicatos contesta fecho de escolas
A União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB), afeta à Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN), expressa o seu desagrado em relação ao encerramento de escolas no Interior do País e anuncia uma manifestação para amanhã, quinta-feira, em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa. O desagrado foi demonstrado através do coordenador da União, Luís Garra, que se fez acompanhar da dirigente dos Sindicatos da Função Pública, Maria José Lurdes Lúcio, e da dirigente do Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC), Marta Amoroso.
Neste sentido, Luís Garra declara que a luta contra estas medidas tem sido operada, de “forma conjunta”, envolvendo populações, mas também instituições de poder local. Distingue portanto dois níveis de intervenção: “uma intervenção mais ampla e global”, que incluísse o conjunto de freguesias e uma “intervenção mais direcionada, caso-a-caso”, que no seu entender é a abordagem mais correta nesta “luta”. A partir desta última intervenção, “muito se alterou, sobretudo aquando da presença do ministro da Educação, Nuno Crato na Universidade da Beira Interior (UBI)” onde se evidenciou o problema “terrível e dramático” do Interior, através do encerramento de serviços públicos de qualidade, sob o mote Encerrados no Interior.
Para isso, foi “fundamental o envolvimento das populações e o apoio de algumas juntas de freguesia”, conseguindo reduzir o número de escolas previstas para encerrar. Assim, pode-se constatar que “nas freguesias onde houve maiores movimentações, foi onde o Governo mais recuou”. Aponta duas escolas, no Retaxo e nos Cebolais, para as quais se encontraram soluções que impediram os seus encerramentos. Para além disso, apontou os casos do Freixial e do Barco, no Concelho da Covilhã, onde já existe consenso e aceitação quanto ao seu encerramento. Fala ainda de outros casos que têm de continuar a ser acompanhados como é o caso da Escola da Erada, no Concelho da Covilhã, da Relva, no Concelho de Idanha-a-Nova, dos Enxames, no Concelho do Fundão, de Aldeia do Bispo, no Concelho de Penamacor, e da de Colmeal da Torre e da Carvalhal Formoso, ambas no Concelho de Belmonte.
As ações continuarão a ser promovidas através de um abaixo-assinado, que tal como Luís Garra confirma, “já se encontram com mais de duas mil assinaturas, superando largamente o número de habitantes das populações afetadas, gerando deste modo uma onda de solidariedade que se releva”. Considera também a importância do poder judicial, nomeadamente os tribunais, “que deveriam decidir favoravelmente, às providências cautelares colocadas pelas populações”.
Por fim, o coordenador lança o apelo às juntas de freguesia do Distrito para se juntarem à manifestação, visto este ser um problema que afeta particularmente a fixação de pessoas na região do Interior.
Reitera ainda que o sindicato está, também, atento aos problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que relaciona diretamente com a desvalorização que os últimos governos têm feito ao Interior do País, onde na sua opinião, “tem de haver uma luta contra a desertificação”.
Concluí, alegando que este é um problema “não apenas do Interior, mas também do resto do País” e que o sindicato tem mantido uma postura “não dirigista, nem de vanguarda, mas sim de cooperação”, de modo a levar o problema até ao poder central e assim, garantir melhores condições para o desenvolvimento da Região, no sentido de atrair e fixar pessoas.