12 fevereiro 2014

DISTRITO TEM REDE COM EQUIPAMENTOS SUFICIENTES PARA RESPONDER ÀS NECESSIDADES
Futuro das IPSS passa por apoio domiciliário aos idosos

O Distrito de Castelo Branco tem uma “rede com equipamentos para responder às necessidades” dos mais idosos, que conta “com gente muito capaz para dar apoio” e, por isso, o futuro das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) passa pelo apoio domiciliário, garante o coordenador do Secretariado Regional de Castelo Branco da União das Misericórdias, Joaquim Morão, no que é apoiado pelo diretor da Segurança Social de Castelo Branco, Melo Bernardo.
A garantia foi dada sexta-feira, no decorrer do painel Instituições de solidariedade. Que presente? Que futuro?, apresentado no âmbito do 1º Encontro de Gerontologia da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, subordinado ao tema Envelhecimento ativo, que se realizou no Cine-Teatro Avenida.
Na introdução ao painel, o coordenador do Centro de Informação Regional da RTP de Castelo Branco e Guarda, João Ricardo Vasconcelos, que o moderou, destacou que os dados do Censos 2011 revelam que 19 por cento da população portuguesa tem mais de 60 anos, o que faz com que as pessoas nessa faixa etária já sejam mais que os jovens até aos 15 anos. Uma situação que, de acordo com as previsões, tende a agravar-se, para em 2050 essa percentagem atingir os 40 por cento.
Essa evolução nos números leva a que a questão que se coloca é como resistem as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e dão resposta a uma população que cada vez aumenta mais.
Uma temática em relação à qual Maria João Guardado Moreira, docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), acrescentou que “estamos num país envelhecido. Numa Europa envelhecida”, para sublinhar, no entanto, que “em termos civilizacionais esta é uma evolução. Não é uma catástrofe. Catástrofe é quando as pessoas morrem aos 30 anos”.
Maria João Guardado Moreira realçou ainda que “nós envelhecemos em 30 anos, o que os outros países envelheceram em 40 ou 50 anos”, concluindo que “nós éramos a reserva demográfica da Europa e em 30 anos isso mudou, tratando-se de uma mudança muito rápida”.

Em defesa
do apoio domiciliário
Por seu lado, o provedor da Misericórdia, Cardoso Martins, começou por afirmar que “as santas casas foram, até hoje, geridas sob o signo das facilidades junto das irmandades e das pessoas benfeitoras”, para assegurar que “com a crise há cada vez mais dificuldades em arranjar recursos”.
Outro alerta lançado por Cardoso Martins é que “daqui a cinco anos vamos ter uma convulsão terrível, que são as pessoas idosas com demência, porque as demências têm ten- dência para crescer com uma velocidade vertiginosa”.
Seja como for, na resposta das instituições de solidariedade aos mais idosos, Joaquim Morão afirma que “Portugal, com todas as dificuldades, tem vindo a organizar-se para dar essa resposta”.
Joaquim Morão recordou que “antes do 25 de Abril de 1974, praticamente eram as misericórdias que prestavam um serviço de saúde e de assistência, mas há cerca de 25 anos é que surgiram as IPSS”, referindo que “nestas instituições é prestado apoio a todos os que necessitam, para que não entrem na situação de indigentes, como acontecia no passado”.
E com base nisto realça que “temos uma rede com equipamentos para responder às necessidades” dos mais idosos, que conta “com gente muito capaz para dar apoio”.
Joaquim Morão defende, assim, que “nós temos que apoiar os idosos nas suas casas”, até porque “é mais saudável para os idosos” e, nessa perspetiva, alerta que “as insti- tuições têm que ver que o apoio deve ser dado em casa, indo para os lares só aqueles que necessitam mesmo”.
Já quanto à sustentabilidade, defende que passa por “a sociedade se organizar”, sendo que “há uma parte do Estado e outra da sociedade”. E no que respeita à sociedade, recordando os cortejos de oferendas, é da opinião que estes se devem “atualizar”, exemplificando que com o provedor Guardado Moreira, a Misericórdia de Castelo Branco, para as obras mais recentes, conseguiu “um milhão e meio de euros, através de uma subscrição”.

Distrito tem quatro mil
trabalhadores no setor social
Por seu lado, o diretor da Segurança Social de Castelo Branco, Melo Bernardo começou por recordar que no Distrito de Castelo Branco existem 158 IPSS, com as quais a Segurança Social tem 480 acordos de cooperação, que ultrapassam os 35 milhões de euros.
A exemplo de Joaquim Morão, Melo Bernardo considera que “o apoio domiciliário é o ideal” e afirma que, atualmente, “grande parte das IPSS debate-se com grandes problemas”.
Afirma que no Distrito “as dificuldades são muitas” e sublinha que “já há excesso de construção”, referindo-se às IPSS, para concluir que “o que temos dá para responder às necessidades dos nossos idosos”.
Refere, pelo meio, que “há instituições que são mais resistentes que outras”, sendo um “bom exemplo” a Misericórdia de Castelo Branco, com a qual “temos acordos para 364 pessoas, em termos de idosos”. Ainda em relação à Santa Casa albicastrense sublinhou que “hoje, e bem, está a apostar na qualidade, com a renovação de instalações e de equipamentos, entre outros, aumentando a qualidade de vida dos idosos”.
Melo Bernardo falou depois no apoio domiciliário, para realçar que “é aí, sobretudo, que temos que apostar”, porque desse modo as pessoas “ficam enraizadas, uma vez que ficam na sua casa, junto dos seus vizinhos e dos seus amigos”. Apoio domiciliário, que “deve ser assegurado por equipas multidisciplinares”.
E é com base nisto tudo que surge o denominado setor social que em Portugal já representa “5,4 por cento do produto interno bruto (PIB) e muitos empregos”, com Melo Bernardo a revelar que nesta área “existem cerca de quatro mil trabalhadores no Distrito, a grande maioria deles qualificados”.

Refletir sobre
o envelhecimento ativo
Na abertura do Encontro, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, afirmou que o tema abordado é “importantíssimo”, tratando-se de um “tema que nos preocupa, por causa do envelhecimento que vamos tendo”, além de ser “um tema sempre atual, sobretudo o envelhecimento da nossa sociedade como fator critico do nosso desenvolvimento”.
Luís Correia referiu anda que uma fase anterior teve a ver com a construção de lares, para defender que “agora temos uma fase nova, com mais exigência, que é fazer com que os nossos idosos tenham um envelhecimento ativo”, sendo este “um trabalho que é obrigação de todos nós”.
Ainda em relação ao Encontro, o presidente da Comissão Organizadora, João Fatela David, que é o responsável pelo Serviço de Saúde da Misericórdia, destacou que “este é um local de reflexão do envelhecimento ativo”, de modo a “reconhecermos e dar visibilidade à pessoa idosa e remover tudo o que representa exclusão e discriminação em relação aos idosos”.
João Fatela David avançou também que “nas últimas décadas se registou um profundo envelhecimento da população”, para realçar a importância da aposta no envelhecimento ativo.

 

12/02/2014
 

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