Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa reuniu em Vila Velha de Ródão
“Governo vê o interior como um fardo”
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), referiu que a não inclusão do IC31 no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas é a prova de que o Governo vê o interior como um fardo.
“O que posso dizer é que esta é mais uma prova de que dois terços do território nacional deixaram de contar para este Governo que encara o interior como um fardo para o resto do país”, disse o autarca à margem da reunião da CIMBB que decorreu em Vila Velha de Ródão na passada quarta-feira, 9 de abril. João Paulo Catarino admitiu que se cometeram no passado “muitas asneiras” e que foram construídas infraestruturas rodoviárias que não deviam ter sido feitas, mas sublinha que “essas (infraestruturas) foram feitas no litoral e não no interior”.
“No interior as infraestruturas que se fizeram fazem parte da coesão territorial do país e foram pagas e financiadas por dinheiros comunitários que vieram para garantir essa coesão territorial”, referiu.
O presidente da CIMBB disse ainda que aquilo que se está a passar “é de uma insensibilidade profunda para as questões do interior” e acrescenta que fica com a sensação de que “cada vez mais somos vistos como um encargo para o litoral”.
João Paulo Catarino lamentou que se estejam a pôr territórios dentro do mesmo país, “uns contra os outros, o que é muito triste e que no mínimo merece a nossa indignação”.
“A única forma de corrigir estas injustiças é que haja no próximo quadro comunitário de apoio, discriminações positivas em termos de majorações nos apoios comunitários de projetos de privados ou públicos, feitos em territórios de baixa densidade populacional”, concluiu.
A construção do IC31, uma via de ligação de Castelo Branco a Espanha é uma das principais reivindicações há muito feitas pelos autarcas da região que não está contemplada no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas para o período 2014-2020.
O documento, recentemente divulgado, apresenta um conjunto de 59 obras consideradas prioritárias, num investimento global de 6.067 milhões de euros e estabelece seis eixos de desenvolvimento prioritários: corredor da fachada atlântica, corredor internacional norte, corredor internacional sul, corredor do Algarve, corredor do interior e transportes públicos de passageiros.