26 de agosto de 2015

FERNANDO RAPOSO
ALHEIA-TE, MAS DEPOIS NÃO TE QUEIXES

As possibilidades de escolha, com efeitos práticos, nas eleições que se avizinham são escassas.
À esquerda, os partidos emergem como cogumelos, o que é revelador das dificuldades de entendimento e da dispersão do voto nesta área do espectro político.
Nesta matéria, a esquerda precisa de aprender com a direita e ser, por conseguinte, mais pragmática.
A direita tem-se mantido no poder, porque tem sabido entender-se naquilo que é essencial, mesmo que , de quando em vez, cada um dos líderes dos partidos que a enformam (PSD e CDS) tenha de “amuar” em surdina. Tem sabido aproveitar-se da dificuldade da esquerda em construir consensos e gerar uma alternativa fiável.
Enquanto à esquerda do PS os partidos não se cansarem de fazer daquele o seu principal rival, a direita vai avançando de mansinho até atingir os seus intentos.
Vale a pena recuar a 2011 para relembrar que foi a esquerda que se juntou à direita para derrubar o PS. Se hoje o país está bem pior, também o deve em parte à presunção e teimosia da esquerda, em particular do PCP, dos Verdes, e do Bloco de Esquerda, que julgando-se a suprema representante dos trabalhadores e dos mais desprotegidos, tem acabado por traí-los.
É bem mais cómodo para esta esquerda estar na oposição do que assumir quaisquer responsabilidades go-vernativas. Assim não tem chatices, muito menos dores de cabeça e sempre pode afirmar em voz alta ser a defensora do povo.
Se a defesa do estado social, traduzida no direito à saúde; à educação, à segurança, à assistência na velhice etc. fosse desígnio da esquerda, já há muito que se teria despido dos seus prurido se ter-se-ia juntado ao PS, viabilizando soluções de governação mais consentâneas com o bem estar de todos os portugueses.
Hoje o país está bem pior: vendeu tudo o que tinha; a dívida disparou de forma descontrolada; a destruição de postos de trabalho foi imensa; muitos morreram por falta de assistência; o número de suicídios aumentou; uma imen-sidão de portugueses vive abaixo do limiar mínimo da pobreza e muitos jovens tiveram de abandonar os seus estudos.
É bom relembrar todos aqueles que habitualmente votam à esquerda do PS e aqueles que não votam, que nestes quatro anos de governo do PSD/CDS, foram destruídos 218 600 postos de trabalho e tiveram de abandonar o país à procura de uma vida melhor cerca de 300 mil portugueses. E muitos destes são jovens com formação superior.
Conforme referia o público, de 30 de Julho, “25 portugueses mais ricos reúnem 8,5% da riqueza nacional” (Camilo Soldado).
Depois de todo o esforço exigido nestes últimos 4 anos, os ricos são cada vez menos, mas mais ricos e os pobres são cada vez mais , mais mais pobres.
Bem pode agora, em véspera de eleições, a direita bradar aos sete ventos, que “depois da recuperação” é sempre a crescer…
Mas qual recuperação ?! …
Balelas, apenas balelas.
Com uma dívida pública a “roçar” os 130% do PIB, ver-nos-emos “GREGOS” para nos desenvencilharmos dela.
Nunca as diferenças entre o PSD/CDS e o PS foram tão acentuadas.
Não será de mais relembrar que o ESTADO SOCIAL, em Portugal e na Europa, foi uma construção consensualizada entre os Socialistas e Sociais-democratas.
Nunca, como hoje, se torna imperioso juntar todos os esforços no sentido de se pôr termo ao caminho seguido até aqui.
Só será possível mudar o rumo na Europa, se formos, e somos capazes, de mudar de rumo em Portugal.
Enquanto for dominada pelos conservadores, a Europa “esmagará” a vontade e o desígnio de qualquer povo. O que se passou recentemente na Grécia em que a expressão democrática do povo grego foi esmagada deve servir-nos de exemplo.
Perante a indisponibilidade dos partidos de esquerda em viabilizar uma solução de governo com o PS, é fundamental que cada cidadão, independentemente da sua predisposição ou militância partidária, de esquerda ou social-democrata, se junte ao Partido Socialista, porque só desta forma será possível travar o desmando do actual governo e “reconstruir” um país melhor.
Para os mais cépticos, que descrêem dos políticos e da política, não se alheiem para que depois não tenham ainda mais razões para se queixarem.

26/08/2015
 

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