João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
POR ESTES DIAS, são já as eleições presidenciais a começarem a marcar a agenda mediática. Com a mais que certa recandidatura de Marcelo, apoiado oficialmente para já pelo PSD e com os votos garantidos da direita menos radical e de parte do PS, aquele mais fiel à liderança de António Costa, é uma vitória garantida a do atual presidente. A dúvida está em quem ficará em segundo lugar, para uma hipotética e muito pouco provável segunda volta, como mostra a mais recente sondagem. Três candidatos à esquerda com um perfil que não faz adivinhar especial agressividade entre eles, onde a socialista Ana Gomes se destaca claramente podendo agregar a maioria da esquerda, incluindo os críticos de António Costa e a ala mais à esquerda do PS liderada pelo ministro Pedro Nuno Santos e no extremo oposto o candidato populista André Ventura, uma candidatura antissistémica que vai agregar a direita desencantada, saudosos do anterior regime e do império colonial, apoiada pelos movimentos de extrema direita mais agressivos que agora e pela primeira vez desde a revolução de abril têm um nome que lhes dá alguma esperança de sucesso e notoriedade. E o CDS? Bom, esse diz que ainda vai apresentar um candidato próprio, tarefa que se antevê inglória a acreditar nas mais recentes sondagens que o dão como moribundo, a precisar de cuidados intensivos. O que a acontecer não é nada saudável para a nossa democracia, porque faz falta ao equilíbrio de forças no parlamento, a democracia cristã corporizada durante tantos anos por grandes nomes da nossa democracia como Freitas do Amaral e Adriano Moreira.
A VIDA TEM DESTAS COISAS CURIOSAS. Vejam como os lideres mundiais que mais desvalorizavam a pandemia, pior, que através do comportamento e palavras mais contribuíram para a desinformação assassina, foram todos eles infetados pelo vírus. Caso para dizer que pela boca morre o peixe...Boris Johnson foi o primeiro, esteve mal, mesmo em risco de vida, e aprendeu a lição passando a encarar o epidemia com a atenção e os cuidados exigidos. Depois foi Bolsonaro que muitos continuam a acreditar ter feito uma encenação à volta de uma possível pseudo-infeção para afastar a atenção dos imbróglios jurídicos e acusações graves que envolviam a sua família. E agora temos Trump. Essa parece que não foi simulada mas, como já é hábito no universo trumpista, lidou-se com muita informação contraditória e com encenações que mais parecem saídas de um qualquer reality show. A ver vamos se todo este filme americano terá reflexos no resultado das próximas eleições que cada vez mais parecem caso perdido para Trump.