Joaquim Martins
Valha-nos S. Martinho!
Valha-nos S. Martinho! – À hora que escrevo (terça-feira à tarde) seria talvez curial estar a escrever a crónica da morte anunciada do Governo. A crónica de um momento histórico da democracia portuguesa, em que, pela primeira vez, a esquerda, tendo ouvido a voz do povo, decidiu ser coerente e afastar um Governo que a maioria dos eleitores rejeitou em 4 de outubro.
Mas não, não vou fazê-lo. Vou antes invocar S. Martinho, o santo que amanhã celebramos e que nos traz, além do verão, o cheiro das castanhas e das brasas.
No dia de Martinho, lume, castanhas e vinho como lembra o provérbio ou seja um tempo de paz, partilha e convívio. Não foi por acaso que o Conselho da Europa, em 2005, reconheceu S. Martinho como Personnage Européen, symbole du partage…
Símbolo da partilha cidadã, um conceito inovador, moderno, que tenderá a unir as pessoas, para além de todas as clivagens, numa mesma procura de caminhos de partilha de recursos, conhecimentos, valores… dada a urgência de preservar a humanidade.
Que S. Martinho nos valha para ultrapassarmos estes dias de crispação absurda. O tempo é de festa e de esperança. O verão de S. Martinho é uma dádiva que convida ao desanuviamento e à vivência coletiva.
“Olhou-os com misericórdia…!” – A frase escolhida pela Comissão Episcopal Vocações e Ministérios para a Semana dos Seminários que encerra domingo visa lembrar à Comunidade Cristã a importância das vocações e nomeadamente das vocações sacerdotais; E dos seminários como escolas de formação; E dos seminaristas… Urge que o olhar misericordioso do Pai, que desafia os discípulos à radicalidade da entrega à missão da evangelização, encontre respostas. O mundo de hoje precisa cada vez mais de “jovens inconformados” que aceitem o desafio de transformar-se e transformar o Mundo.